Alunos de Santarém querem oferta formativa mais diversificada no concelho

O MIRANTE esteve na III Feira InTER-EDUCA de Santarém e conversou com estudantes sobre a importância do evento e sobre a necessidade de apostar em maior diversidade no ensino superior do concelho.
Durante os dias 1, 2 e 3 de Abril os estudantes de Santarém tiveram a oportunidade de explorar as possibilidades de ensino secundário e superior existentes no concelho na III Feira InTER-EDUCA. Os jovens lamentam alguns desafios estruturais que a região enfrenta, nomeadamente a escassez de cursos superiores mais variados e de mais saídas profissionais. “Santarém apresenta poucas oportunidades em áreas como a que quero seguir, a criminologia”, afirma Beatriz Ferreira, aluna da Escola Básica Alexandre Herculano. A estudante de 14 anos afirma que terá de se afastar da família para se formar na sua área de sonho e antevê dificuldades para fazer carreira profissional em Santarém.
A mobilidade para outras cidades surge como uma necessidade para muitos, que desejam concretizar os seus sonhos académicos e profissionais. Martim Céu, 17 anos, estuda Mecatrónica Automóvel e tenciona mudar-se para Leiria para dar seguimento aos seus estudos, em Engenharia Mecânica. O jovem de Alpiarça confessa-se desiludido por ainda não existir nenhuma escola superior na área da engenharia na região. “É uma área com muita saída profissional, mas sem oferta formativa na nossa região”, afirma.
Zara Costa tem 18 anos e está a frequentar o curso de Técnico de Turismo na Escola Profissional Vale do Tejo (EPVT), em Santarém. Na sua opinião o ensino profissional devia ser mais valorizado e deixa elogios à EPVT, uma escola que diz ser “acolhedora e familiar”. A estudante de turismo destaca o acompanhamento que o corpo pedagógico da escola faz a todos os alunos, sublinhando a importância do Departamento de Emprego e Comunicação, essencial para os ajudar a entrar no mercado de trabalho. Quando terminar o curso vai participar no Programa Erasmus-Pro, que a vai levar a estagiar no estrangeiro.
Paulo Santana tem 19 anos e é aluno de Multimédia na Escola Secundária Marquesa da Alorna, em Almeirim. Actualmente frequenta um estágio na Associação Comercial, Empresarial e Serviços de Santarém, onde já teve a oportunidade de criar um panfleto de raiz para a empresa. No futuro quer tirar uma licenciatura de Design Gráfico e calcula que Lisboa vai ser o seu destino, já que o curso não existe na região. Paulo Santana partilha com O MIRANTE que já fez contactos na Feira de Educação, Emprego e Empreendedorismo de Santarém que podem vir a ser uma oportunidade de emprego no futuro. O jovem vê esta iniciativa como essencial para conectar os estudantes com as empresas do concelho.
Escola deve ensinar os alunos a pensar
Carla Lopes tem 46 anos e é professora de 1.º clico no Agrupamento de Escolas Afonso Henriques, em Alcanede. A docente destaca a importância da Feira de Educação, Emprego e Empreendedorismo para mostrar aos alunos que têm várias opções de ensino. Carla Lopes alerta para a grande quantidade de informação a que desde muito cedo crianças e jovens estão expostos, que pode ser benéfica ou prejudicial, consoante o uso que se fizer dela. “É um papel das escolas ensinar os alunos a pensar na informação de uma forma crítica, e ajudá-los a fazer as melhores escolhas”, reitera.