Autarcas de Coruche admitem necessidade de rever regulamento de apoios às associações

O vereador da CDU na Câmara de Coruche lamentou que não tenha sido possível rever o regulamento de apoio ao associativismo neste mandato, considerando que o actual favorece algumas actividades em detrimento de outras. O presidente da autarquia reconhece a necessidade de revisão, mas admite que ainda não foram reunidas condições para concretizar essa alteração.
O vereador da CDU na Câmara de Coruche, Valter Jerónimo, lamenta que o executivo de maioria socialista não tenha avançado com a revisão do Regulamento de Apoio ao Associativismo Local, considerando que o actual documento não contempla de forma equitativa as diferentes actividades associativas do concelho. O autarca começou por referir que acalentou a esperança de que a revisão se fizesse no actual mandato, mas na mais recente reunião de câmara evidenciou a mágoa por o actual executivo municipal, com eleitos do PS, CDU e PSD, não tenha conseguido deixar esse contributo.
Segundo Valter Jerónimo, o regulamento actual favorece mais algumas actividades em detrimento de outras, nomeadamente penalizando as associações culturais em relação a algumas entidades desportivas. “Vemos uma discrepância muito grande entre umas e outras, e isso não é justo”, sustenta, exemplificando com os custos suportados por uma associação de forcados face ao apoio municipal recebido. “Hoje existe um conjunto de associações que faz um trabalho diferente do que aquele que se fazia há 10 ou 15 anos e acho que tem todo o mérito serem financiadas de forma diferente, com mais algum valor que permita realizar projectos em prol da população e do concelho”, acrescentou.
O presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira (PS), reconhece que o regulamento, aprovado em 2005 e alterado pela última vez em 2009, está desactualizado face à realidade actual. “É verdade que não conseguimos ir a todas e que existem algumas injustiças devido à antiguidade do regulamento e à evolução das competições desportivas e das actividades culturais”, admitiu.
Francisco Oliveira revelou que os trabalhos para a revisão do regulamento já foram iniciados, mas ainda carecem de definição em relação ao enquadramento das associações culturais. Como mencionou, pode abrir-se a discussão pública para a sua alteração, mas não mostrou certeza plena quanto à sua conclusão, sublinhando que a actualização do documento implica estabelecer critérios diferenciadores para garantir um financiamento mais justo. O edil salienta ainda que, no exercício da alteração do regulamento, há questões que condicionam a decisão, nomeadamente a antiguidade de algumas associações e o trabalho que desenvolvem comparativamente a outras, que, apesar de mais recentes, acabam por ter maior projecção e divulgação. “Isso significa que têm que ser atribuídos critérios diferenciadores ao mérito pela positiva, ou seja, premiar aqueles que mais trabalho desenvolvem, que mais actividade têm ou que contribuem para a dignificação do nome da nossa terra”, defendeu o presidente da Câmara.