Vilafranquense Rogério Ceitil morreu aos 88 anos

Realizador de séries como “Zé Gato” ou “Duarte & Companhia” vivia em Alhandra. Era uma pessoa discreta que não dava entrevistas.
Rogério Ceitil, o icónico realizador natural de Vila Franca de Xira que assinou a direcção de séries televisivas como “Zé Gato” ou “Duarte & Companhia”, morreu na quarta-feira, 9 de Abril, aos 88 anos. Vivia em Alhandra e era uma pessoa que, apesar de estimada pela comunidade, sempre recusou dar-se a conhecer em entrevistas e vivia recatada do olhar público.
Rogério Ceitil destacou-se pela realização de várias longas-metragens mas foi com as séries de televisão para a RTP que ganhou protagonismo e destaque. A Academia Portuguesa de Cinema já veio lamentar “profundamente” o falecimento do realizador, que considerou ser uma figura marcante da televisão e do cinema nacional. Estreou-se no cinema amador ainda na adolescência em Vila Franca de Xira, tendo estado ligado ao Cineclube Vilafranquense. A sua primeira longa metragem foi em 1971 com o filme “Grande, Grande era a cidade”, em parceria com Lauro António. Tornou-se membro do Centro Português de Cinema em 1972 realizando o filme “Cartas na Mesa”. Em 1977 realizou o filme “Antes do Adeus”, assinando o argumento com António-Pedro Vasconcelos. Nas décadas de 1990 e 2000 dedicou-se à produção de conteúdos infantojuvenis como “O bando dos quatro”, “O beijo de Judas” e a “República das Perguntas”. O funeral do realizador aconteceu quinta-feira, dia 10 de Abril, no cemitério dos Olivais. Em 2013 o realizador foi notícia por ter entregue na PSP de Vila Franca de Xira várias armas que tinham sido usado nas séries televisivas “Duarte & Companhia” e “Zé Gato”, por ter expirado a licença de uso e porte de arma. Na altura, segundo a polícia, o realizador manifestou a intenção de ver as armas expostas num museu dada o seu valor histórico associado à produção das séries.