Sociedade | 14-04-2025 12:00

Duas dezenas de elementos de rancho folclórico foram pedir contas à reunião da Câmara de Benavente

Duas dezenas de elementos de rancho folclórico foram pedir contas à reunião da Câmara de Benavente
Dezenas de elementos da Associação Recreativa Senhora da Graça foram a reunião pública da câmara de Benavente contestar decisão de não apoiar financeiramente rancho folclórico

A Associação Recreativa Senhora da Graça acusa a Câmara de Benavente de travar o apoio ao seu rancho folclórico, classificando a decisão como humilhante. O presidente da autarquia, Carlos Coutinho, defende que o concelho já tem ranchos em número suficiente e que os recursos disponíveis não permitem apoiar novas colectividades com o mesmo propósito.

A recusa da Câmara de Benavente em apoiar financeiramente o rancho folclórico da Associação Recreativa Senhora da Graça, criado em Outubro de 2022, está a gerar tensão entre a colectividade de Benavente e o executivo municipal. A direcção da associação acusa o presidente da autarquia, Carlos Coutinho (CDU), de impedir o desenvolvimento de um projecto cultural que envolve crianças e jovens, enquanto o autarca justifica a decisão com critérios de racionalidade e equilíbrio orçamental.
Carlos Coutinho sublinha que o município tem vindo a valorizar o movimento associativo e reconhece o esforço das pessoas que se dedicam ao associativismo, mas considera que não é viável apoiar mais um rancho folclórico no concelho. No município existem cerca de 80 colectividades e, no que diz respeito ao folclore, existem quatro ou cinco ranchos activos, alguns com dificuldades. Criar mais um grupo seria dividir para reinar, o que não faz sentido, afirma o presidente da câmara.
O autarca lembra que, para além do apoio financeiro, o município assegura frequentemente transporte para deslocações, um recurso que considera escasso para a realidade actual. “A câmara municipal tem que ter disponível transporte e verbas para apoiar a actividade corrente. Isto é ingovernável se cada pessoa que sai em divergência com outra cria uma colectividade com a mesma índole”, referiu.
Carlos Coutinho sublinha ainda que a posição da autarquia foi sempre clara e que há mais de um ano e meio tem vindo a explicar os critérios a José Santos, representante da associação. As decisões do executivo foram tomadas colectivamente. “Não tenho nada contra as pessoas. Isto é uma questão de gestão e de princípio”, frisa o edil, justificando que os apoios municipais não esticam.
Apesar da recusa no apoio ao rancho, o autarca lembrou que a autarquia indicou abertura para apoiar outras iniciativas culturais da colectividade. “Há espaço para a Associação Senhora da Graça desenvolver outras actividades, como as marchas populares. E tem sido apoiada sempre em igualdade de circunstâncias com outras colectividades”, disse Carlos Coutinho.
Do lado da associação, a reacção é de profunda mágoa e indignação. José Santos, em nome da direcção, acusa o município de desvalorizar meses de trabalho e de não reconhecer o impacto positivo que o rancho folclórico tem nos mais jovens. Refere ser com profunda humilhação que vêem tudo isto acontecer e não aceita que “cortem as pernas da associação” sem verem o trabalho que está a ser feito com crianças e jovens, que adoram o folclore e aquilo que fazem.
A Associação Recreativa Senhora da Graça diz manter-se empenhada no seu percurso e apela à reavaliação da decisão. “Por todos vamos manter-nos focados no mais importante, o nosso trabalho. Vimos apelar ao presidente a nossa aceitação como rancho folclórico. Não estamos a prejudicar ninguém. Pedimos apenas o reconhecimento desta área, que é fulcral na nossa associação”, reforçou José Santos.

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