Sociedade | 14-04-2025 21:00

Tauromaquia precisa de empresários mais criativos para se renovar

Tauromaquia precisa de empresários mais criativos para se renovar
Tomou posse a nova direcção do Clube Taurino Vilafranquense. Da esquerda para a direita, Teresa Lopes, tesoureira Luís Capucha, presidente Fátima Nalha e Jorge Marôco

Enquanto os jovens aderem em força aos grupos de forcados, o sector tauromáquico carece de novas ideias para renovar os espectáculos, atrair novos públicos e proporcionar o aparecimento de novos valores. Luís Capucha, recém-eleito presidente do Clube Taurino Vilafranquense, alerta para a falta de criatividade dos empresários da festa brava.

A festa brava em Portugal tem mantido a estabilidade, embora de forma desigual. Algumas vertentes da tauromaquia apresentam grande dinamismo, enquanto outras enfrentam desafios significativos. A análise é de Luís Capucha, eleito em Março presidente da direcção do Clube Taurino Vilafranquense.
Entre os aspectos positivos, destaca a crescente adesão dos jovens aos grupos de forcados. A arte de pegar toiros nunca teve tantos entusiastas e continuam a surgir novas tertúlias e grupos taurinos em várias regiões do país, inclusive em locais sem grande tradição tauromáquica. No sector ganadeiro, continua a haver uma boa dimensão e capacidade para produzir e exportar toiros.
Contudo, no que toca ao sector empresarial tauromáquico, há falta de inovação. “Temos um campo empresarial que precisava de mais imaginação e promover espectáculos para jovens, como novilhadas e bezerradas. Era necessário um abanão aos empresários para serem mais imaginativos”, considera Luís Capucha.
Para o dirigente, o problema não é serem sempre os mesmos empresários a organizar as corridas de toiros, mas sim a repetição de cartéis, pouco imaginativos. “Os empresários são ao mesmo tempo apoderados de cavaleiros e agentes de cavaleiros e estão relacionados com meios de comunicação taurinos e blogs e formam um meio de troca de cromos que não facilita em nada o aparecimento de novos valores”, sublinha.
O presidente do Clube Taurino Vilafranquense defende ainda outra atitude por parte da Inspecção-geral das Actividades Culturais, que deveria facilitar a organização de eventos para os mais novos e diminuir a carga fiscal. Só assim é possível renovar o público da tauromaquia.

Há poucas mulheres envolvidas
A temporada tauromáquica em Vila Franca de Xira promete ser interessante, com uma nova empresa a gerir os espectáculos e a apresentar cartazes que têm despertado expectativa nos aficionados. O público tem demonstrado um bom envolvimento nos eventos taurinos da região, e espera-se que continue a comparecer na praça de toiros da cidade ao longo do ano. Vila Franca de Xira é hoje uma cidade diversificada e multicultural. Embora a população tenha mudado, a tradição taurina continua a ser um elemento central para a maioria dos residentes, salienta Luís Capucha.
Um dos desafios da tauromaquia continua a ser a remuneração dos artistas. Os toureiros e demais profissionais merecem melhores condições salariais, o que permitiria também exigir mais qualidade e dedicação da sua parte. Outro ponto relevante é a masculinização do sector tauromáquico. Assinalam-se este ano 25 anos desde que as primeiras duas cavaleiras tauromáquicas tomaram a alternativa em Portugal mas o mundo mudou e era interessante as mulheres estarem mais envolvidas e se um sector inteiro lhes fecha a porta fica a perder. “Há poucas mulheres empresárias em Portugal e em cargos de direcção de empresas, embora vão entrando; mas no sector tauromáquico nem por isso. E é pior para a tauromaquia”, lamenta.

Clube Taurino Vilafranquense reabre bar

Apesar de nunca ter estado inactivo, o Clube Taurino Vilafranquense esteve algum tempo de porta fechada, depois da rescisão do contrato com a última empresa que serviu refeições. Localizado no centro de Vila Franca de Xira, na Rua José Dias da Silva, o clube foi durante vários anos um restaurante de sucesso mas nos últimos tempos o negócio não correu bem. Por outro lado, a colectividade estava a ser gerida por uma comissão de gestão que não queria continuar.
A lista única venceu as eleições e a tomada de posse dos novos órgãos sociais realizou-se a 1 de Abril, o mesmo dia em que abriu aos sócios o bar que está agora a ser explorado por outras pessoas. “O mais importante é ter a porta aberta, os sócios que trabalham virem, porque temos horários compatíveis. Temos 250 sócios e o clube será o que eles quiserem”, diz Luís Capucha.

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