Obra parada há um mês por falta de escoamento de águas em urbanização de Marinhais

Uma empresa de construção de Marinhais está impedida de aceder a uma obra na Urbanização da Cantoneira devido a inundações constantes num caminho de terra batida. Munícipe Ema Silva levou o caso à reunião de câmara de Salvaterra de Magos, pedindo auxílio e uma intervenção urgente da autarquia.
A empresa AF2 Construções, sediada em Marinhais, está com uma obra suspensa desde 10 de Março devido à acumulação de águas pluviais num troço de terra batida da Rua do Trevo, na Urbanização da Cantoneira. A situação impede o acesso ao local para onde estão previstas quatro moradias, uma delas já em fase de construção num lote de 550 metros quadrados.
Ema Silva, mãe de André Ferreira, responsável pela empresa, explicou o problema durante uma reunião do executivo da Câmara de Salvaterra de Magos. Segundo refere, e conforme O MIRANTE constatou no local, a água acumula-se a meio da rua a uma altura equivalente ao nível dos joelhos. Existe um desnível com cerca de 30 centímetros na zona de entrada da obra, que a munícipe diz dever-se ao facto de terem sido arrancadas raízes de árvores, uma vez que aquela artéria se situa numa antiga área de pinhal. O terreno não terá sido compactado e nunca teve água nem esgotos, o que já foi, entretanto, solicitado.
Certo é que, desde há um mês, que a construtora não consegue entrar na obra para trabalhar. A obra, com licenciamento camarário desde 15 de Novembro de 2024, está parada. “Temos o contrato-promessa de compra e venda assinado, mas desde que começou a chover, no último mês, que os trabalhadores estão em casa. São cinco famílias. A empresa tem assumido os ordenados porque não os queremos perder. A mão-de-obra é escassa e são óptimos trabalhadores”, reforça.
Ema Silva sublinha ainda que o problema afecta também a empresa intermunicipal Águas do Ribatejo, que não conseguiu instalar as infraestruturas de saneamento por falta de condições de acesso. Segundo adianta, a empresa tem planeado colocar as tubagens para preparar a ligação ao ramal e aos esgotos na segunda semana de Abril. A munícipe pede uma intervenção urgente, ainda que provisória, que permita escoar as águas pluviais e possibilite a construtora aceder à obra.
Autarquia promete solução para breve
O presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio (PS), garante que a autarquia está empenhada em encontrar uma solução. A Rua do Trevo, segundo o autarca, é um caminho em terra batida aprovado há alguns anos com ligação à Estrada Nacional 118, ainda antes da actual gestão camarária. Como nunca houve pretensão de lotear naquela altura não foram exigidas as infraestruturas básicas (água, saneamento e condução das águas pluviais), como acontece com a zona da Quinta da Cantoneira, que está toda urbanizada.
De acordo com o autarca, a câmara está a tentar definir o perfil da rua com base num levantamento topográfico, mas as condições meteorológicas têm dificultado o processo. “Queremos garantir uma inclinação que permita o escoamento gravítico das águas para a rede pluvial existente na urbanização vizinha. Assim que o tempo o permita, avançaremos com a colocação de terra nas zonas certas para facilitar o escoamento. É uma questão técnica simples, mas dependente das condições no terreno”, afirma.
O presidente assegura que a resolução do problema é uma prioridade para ter lugar ainda nesta segunda semana de Abril. “Só falharemos se o tempo não deixar”, concluiu. A Urbanização da Cantoneira, junto à Estrada Nacional 118, em Marinhais, é uma zona em expansão urbanística, constituída por moradias de linhas modernas.