Casal escolheu Santarém para viver mas o desafio tem sido complicado

Estrela Silva tem 30 anos e diversos problemas de saúde. Ela e o companheiro mudaram-se para Santarém há cerca de um ano, não trabalham e relatam viver sem condições num quarto subalugado no centro histórico.
Estrela Silva e Diogo Vieira mudaram-se para Santarém há cerca de um ano e dizem viver um tormento num apartamento no centro histórico de Santarém onde alugaram um quarto, que vieram a descobrir ser subalugado, em que quem subaluga tem animais que por vezes são deixados à sua sorte, desconhecendo o casal quem é o senhorio. Estrela Silva, 30 anos, faz hemodiálise, já sofreu um AVC, é asmática e ficou cega da vista direita. Tem diabetes desde os 10 anos e está reformada por invalidez com 95% de incapacidade. O casal vive com os 500 euros da sua pensão, mais de metade é para o quarto, e está a receber ajudas com a alimentação.
Diogo Vieira, 33 anos, natural do Porto, conheceu Estrela Silva quando trabalhava no Algarve, de onde é natural a companheira, e estão juntos há oito anos, revela. Viveram numa casa em Faro e mudaram-se para Santarém por uma tia de Estrela lhes ter garantido que Diogo, que já trabalhou na poda e faz biscates em Santarém, ia arranjar emprego. Diogo tem o apoio dos pais no norte, mas são moradores de habitação social e não é uma solução viável. O pai de Estrela está no Algarve, a mãe casou e vai para Espanha com o marido. “Não foi como nós esperávamos”, diz Estrela sobre Santarém. No apartamento subalugado estavam seis cães e um gato da pessoa que lhes alugou a casa, mas contam que foram levados três. A casa é fria, chove na cozinha e sofrem com humidade, acrescenta Diogo Vieira.
O agregado familiar em referência foi acompanhado pelo Serviço de Atendimento da Divisão de Acção Social e Saúde do município de Santarém de Setembro de 2024 a Março 2025, informou a autarquia a O MIRANTE. Entretanto, foi transferido para a Segurança Social por existirem matérias específicas de acompanhamento que são da responsabilidade da entidade. Foram apoiados no acesso a direitos sociais e acompanhamento psicossocial.