Páscoa continua a juntar famílias e a manter vivas as tradições religiosas

Entre a força da fé, os almoços em família e a nostalgia dos ovos da Páscoa, esta época festiva ainda é vivida com alegria pela população.

Uma época de reencontros familiares
Pedro Marques e Fátima Veiga, de 65 anos, vêm de Lisboa e vivem a Páscoa em família, onde nunca pode faltar o cabrito assado na mesa do almoço. “Para nós, é mais um feriado familiar do que religioso e é uma altura para estar com a família e as crianças. Quando há crianças por perto, qualquer época do ano se torna especial”, refere o casal. Apesar de não celebrarem efusivamente o feriado e estarem apenas de visita, o casal deixou críticas ao pouco dinamismo de Santarém nesta época do ano. “O centro histórico precisa de mais vida, especialmente em épocas como a Páscoa, em que a cidade deveria estar mais animada e decorada. Deviam aproveitar mais a história e cultura que a cidade tem, porque há muitas pessoas que nesta altura vêm visitar familiares e acabam por ver uma cidade sem grande vitalidade”, comentam.

A fé pode salvar vidas
Catarina Maria Carvalho, de 82 anos, é uma das pessoas que encara a Páscoa como um momento de renovação espiritual. Para a escalabitana, a Páscoa é uma oportunidade de reforçar os laços familiares e espirituais. “Sempre fui uma pessoa muito religiosa e de muita fé e acho que a fé realmente salva vidas, a mim certamente já me ajudou muitas vezes”, confessa a O MIRANTE. Para Catarina Carvalho, o que não pode faltar na Páscoa é o convívio em família. “O almoço de Páscoa não tem sentido sem ter toda a família reunida”, sublinha. Embora reconheça que as gerações mais novas têm vivido a fé de forma diferente, Catarina Maria Carvalho salienta que as tradições religiosas nunca se vão perder e que muitos ainda encontram conforto e força na religião, especialmente na Páscoa.

Viver com simplicidade
Laura Maria Brito dos Santos, de 69 anos, celebra a Páscoa de forma simples e modesta, com os familiares que tem por perto e sempre com as típicas amêndoas. “Actualmente só celebro com o meu irmão, porque os nossos pais já não estão connosco e os restantes familiares estão longe. Mas tentamos sempre fazer algo diferente, como uma refeição mais robusta”, afirma. Para Laura dos Santos, a data é igualmente religiosa e familiar e apesar de já não participar nas celebrações religiosas como dantes continua a ser uma pessoa de fé. “Já não tenho o hábito de ir à missa, mas assisto sempre à missa de Páscoa pela televisão. Não sou indiferente à data e celebro de forma modesta, mas com a companhia certa, tudo se torna especial”, salienta.

A Páscoa já não é o que era
José Martins, de 18 anos, vê a Páscoa de forma diferente, sem o encanto da infância, é apenas mais um dia da semana. “Quando era criança a Páscoa era uma época divertida, cheia de ovos de chocolate e amêndoas, mas actualmente já não ligo muito. Perdeu a magia e atractividade”, confessa ao nosso jornal. Para o jovem escalabitano, a vertente religiosa do feriado não tem significado e até o convívio familiar típico da Páscoa não lhe parece exclusivo da data, pois acredita que as famílias podem reunir-se em qualquer altura do ano, desde que se combinem as agendas e haja vontade. “Para as novas gerações, acho que a Páscoa só tem graça quando somos pequenos”, afirma.