Projecto no Médio Tejo promove a inclusão de quem sofre de incapacidade invisível

Primeira conferência sobre “Incapacidade Invisível - Invisible Talks” realizou-se no Médio Tejo e contou com o testemunho de várias pessoas.
O dia 4 de Abril de 2025 vai ficar na memória como um marco na sensibilização para a realidade da incapacidade, mais precisamente a Invisível. A primeira conferência sobre “Incapacidade Invisível - Invisible Talks” teve lugar no Instituto Politécnico de Tomar (IPT), um evento impactante, organizado pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, que reuniu cerca de uma centena de participantes. A conferência nasceu do projecto “Comunicar a Incapacidade Invisível”, iniciado em 2020 por Catarina Gestosa da Silva, designer gráfica, professora e mestranda em Design Editorial no IPT.
O projecto procurou lançar um debate público sobre a diversidade da incapacidade, que não é visível à primeira vista, mas que tem um impacto profundo e transformador na vida dos seus portadores. O evento reflectiu sobre o poder da comunicação, da inclusão e da acessibilidade. O objectivo central da conferência foi sensibilizar a sociedade para as múltiplas dimensões das incapacidades invisíveis, sejam elas motoras, auditivas, visuais, mentais ou múltiplas.
A sessão de abertura foi marcada por intervenções do presidente da CIM Médio Tejo, Manuel Jorge Valamatos, e da vice-presidente do IPT, Natércia Santos, que sublinharam a relevância do projecto, enaltecendo o seu contributo para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos portadores de incapacidades invisíveis. Seguiu-se a apresentação de Catarina Gestosa da Silva, que partilhou a sua própria experiência como doente oncológica e portadora do gene BRCA 2, ressaltando a importância de comunicar a invisibilidade das incapacidades. O seu testemunho pessoal trouxe uma mensagem de coragem, resiliência e a urgência de transformar a sociedade para um ambiente mais acolhedor e acessível para todos. A conferência continuou com a intervenção de Bruno Giesteira, da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, que abordou as Estratégias de Design e Comunicação para sensibilizar sobre as incapacidades invisíveis, explorando como o design pode ser um agente de transformação e inclusão.
No painel da tarde, intitulado “Invisível ou Imaginário? Estratégias para Combater o Estigma”, Cristina Pinheiro, da Universidade Europeia (IADE), trouxe uma perspectiva aprofundada sobre o impacto do Design na comunicação inclusiva. A tarde continuou com uma mesa-redonda dinâmica, composta por diversos especialistas e representantes de organizações. Durante o debate exploraram-se temas como a relação entre a incapacidade invisível e os meios de comunicação, o acesso ao emprego e aos serviços públicos e a importância de uma maior consciencialização social.