Sociedade | 23-04-2025 10:18

Coruche homenageia 25 de Abril com Giaccone e mural no Couço

O fotógrafo italiano Fausto Giaccone regressa a Coruche, 50 anos depois de ter documentado a Reforma Agrária no Couço, para inaugurar a exposição “O Povo em 1975”, que integra uma jornada cultural dedicada à memória do 25 de Abril, com direito a mural, documentário e cinema.

O fotógrafo italiano Fausto Giaccone regressa a Coruche, a 26 de Abril, para participar numa jornada cultural dedicada à memória da Revolução dos Cravos, que inclui a inauguração da exposição “O Povo em 1975”, um mural comemorativo no Couço, um documentário e a projecção de um filme sobre repressão e resistência.
Com curadoria da equipa do Museu Municipal de Coruche, a exposição reúne 41 fotografias captadas por Giaccone durante um único dia do chamado Verão Quente de 1975, no auge do processo de Reforma Agrária no Couço, e estará patente até 31 de Agosto. Algumas das imagens são inéditas.
O programa arranca com uma conversa pública no Museu Municipal, com a participação de Fausto Giaccone, do presidente da Câmara Municipal de Coruche, Francisco Oliveira, e da investigadora Paula Godinho, autora da obra “Memórias da Resistência Rural no Sul – Couço (1958-1962)”.
Seguir-se-á a exibição do documentário “Couço: A História na Arte”, que acompanha a criação do mural “O Povo em 1975”, da autoria da artista Mariana Duarte Santos. Inspirado nas imagens de Giaccone, o mural está localizado no Bairro 23 de Junho, no Couço, e será inaugurado oficialmente no mesmo dia, com a presença de alguns dos retratados.
A jornada termina com a projecção do filme “A Cor da Liberdade”, de Júlio Pereira, no Auditório do Pavilhão Municipal. O documentário retrata a história de José Pedro Soares, antigo preso político torturado pela PIDE, e será seguido de uma conversa com o próprio e com a produtora Filipa Patrício.
As imagens de Giaccone, captadas com um “olhar forasteiro, mas espírito comprometido”, como descreve a organização, retratam momentos de grande intensidade social e política. Entre tractores engalanados e assembleias populares, os rostos do Couço surgem como símbolo da dignidade de quem fez da utopia um projecto de vida.
As fotografias ficaram guardadas durante anos, até que Giaccone regressou a Portugal e reencontrou alguns dos protagonistas. “As pessoas encontraram-se a si mesmas”, recorda o fotógrafo, que mantém laços de amizade com figuras locais, como Joaquim Canejo, envolvido no movimento de ocupações.
A exposição e os eventos associados resultam de uma parceria entre a Câmara Municipal de Coruche, o Panteão Nacional, a Junta de Freguesia do Couço e os Museus e Monumentos de Portugal.
O catálogo da mostra inclui textos de Fausto Giaccone, Paula Godinho, Pedro Sobrado, Stefano Scaramuzzino e Santiago Macias. A coordenação curatorial esteve a cargo de António Padeirinha, Ana Paiva e Dulce Patarra, com design de João Morais.
Integrada nas comemorações dos 51 anos do 25 de Abril, esta iniciativa reforça Coruche como território de memória e liberdade, num tributo visual que resgata histórias e rostos de um tempo em que a revolução passou pelos campos.

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