Processo arquivado a chefe de Vale de Judeus sem relação com fuga de cinco reclusos

Na sequência da fuga de cinco reclusos em 7 de Setembro, foram abertos nove processos disciplinares que continuam em análise. Mas o processo agora arquivado nada teve a ver com esse episódio, ao contrário do que inicialmente anunciou uma associação sindical.
O Ministério da Justiça esclareceu que o processo disciplinar arquivado a um chefe da guarda prisional em Vale de Judeus não se relaciona com a fuga de cinco reclusos nem visa o chefe que estava de serviço nesse dia. “O comissário a que se refere a notícia não estava em efectividade de funções na data em que ocorreu a fuga de Vale de Judeus. Por isso, em relação a este responsável, não foi aberto processo disciplinar pela fuga. Este arquivamento reporta-se a outros factos, sem qualquer relação com a evasão dos reclusos", esclareceu a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
No dia 22 de Abril, a Associação Sindical das Chefias do Corpo dos Guardas Prisionais (ASCCGP) tinha avançado o arquivamento do processo disciplinar aberto ao chefe da guarda prisional de serviço na prisão de Vale de Judeus quando se deu a fuga, o que o Ministério da Justiça veio agora desmentir. A associação sindical admitiu entretanto o lapso na informação avançada inicialmente à Lusa e confirma a versão do Ministério da Justiça.
Na sequência da fuga foram abertos nove processos disciplinares que continuam em análise: sete a guardas prisionais, um ao chefe da guarda prisional e um ao então director do estabelecimento prisional de Vale de Judeus, Horácio Ribeiro. Os processos disciplinares foram abertos pela DGRSP, após recomendação do relatório elaborado pelo Serviço de Auditoria e Inspeção e entregue ao Governo a 17 de Outubro, cerca de um mês após a fuga de cinco reclusos de Vale de Judeus, a 7 de Setembro.
A fuga de Vale de Judeus levou a ministra da Justiça a ordenar uma auditoria à segurança das cadeias portuguesas e motivou também o afastamento do então director-geral da DGRSP, Rui Abrunhosa Gonçalves. A fuga deu ainda origem a uma averiguação de natureza disciplinar aos guardas que estavam de serviço na videovigilância no momento da fuga e também a um inquérito do Ministério Público para apurar eventuais responsabilidades de cariz criminal.
A 7 de Setembro de 2024 fugiram de Vale de Judeus o argentino Rodolfo Lohrman, o britânico Mark Roscaleer, o georgiano Shergili Farjiani, e os portugueses Fábio Loureiro e Fernando Ribeiro Ferreira. Todos os evadidos já foram recapturados, apenas um em Portugal.