Sociedade | 25-04-2025 07:00

Um autarca que gosta mais de trabalhar do que de dar nas vistas

Um autarca que gosta mais de trabalhar do que de dar nas vistas
Ricardo Carvalho vai pela primeira vez a eleições como cabeça de lista pelo PS à Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira

Ricardo Carvalho, presidente da Junta de Vila Franca de Xira, considera-se um homem simples que gosta de transparência em vez de construir muros à sua volta. Nesta entrevista fala do projecto de duplicação da linha de comboio e das prioridades para a freguesia que gostava de implementar num próximo mandato.

Chegou à política autárquica em 2017, convidado na altura por João Santos. Nada no seu percurso indicava que iria chegar a presidente da Junta de Vila Franca de Xira. Nunca tive a ambição de ser presidente. Sou uma pessoa de trabalho que gosta de estar no terreno, fazer o que tem de ser feito e contribuir para a minha cidade. Não gosto de ficar na fotografia nem de dar entrevistas. Sou mais um encenador do que um actor. Tenho o pensamento e olhar técnico sobre os problemas, e o conhecimento de 30 anos de trabalho na autarquia, para perceber o que posso ou não pedir aos nossos funcionários para fazer. Nunca peço algo que eu próprio não conseguisse fazer. Existem dois tipos de pessoas na política: as que nascem para as massas e outros que fazem as coisas acontecer no dia a dia longe dos holofotes mediáticos.
O que a CDU fez com João Santos foi uma golpada? Um ataque ao poder? Conheço o João Santos desde miúdo. Sempre lutou pela vida e é um homem honesto. Quando a dúvida surgiu em assembleia ele próprio pediu um esclarecimento à DGAL sobre o assunto. A CDU ataca as pessoas, não ataca o trabalho delas. Não os oiço nas assembleias de freguesia, por exemplo, a questionar determinados investimentos. Oiço-os em ataques pessoais a quem está neste cargo. Estamos ali para esclarecer as bancadas e acabamos apenas a ser atacados pessoalmente. E isto mexe com quem ali está. Com o João Santos havia uma mágoa da CDU em relação a ele que ainda hoje não consigo perceber. Eu não sou assim. Olho sempre para o trabalho e não para a pessoa. As pessoas podem ser rivais políticas mas não somos inimigos. Nenhum dos eleitos é meu inimigo. E eu lamento o que aconteceu com o João. Ele nunca teve má intenção no que fez e devolveu todos os valores com juros de mora. É uma pessoa íntegra.
É triste quando a política só serve para fazer sangue? Muitas vezes perdemos os melhores por causa destas coisas.
Já perdoou o eleito da CDU que o agrediu na junta de freguesia? Perdoei no momento em que recuei no processo em tribunal. Quero acreditar que foi um mau momento da pessoa, ele também tem família, perdeu a cabeça e eu não quis entrar em conflito com ele. O que se passou depois é que já foi deliberado, aquela tentativa de fazer conversa na rua de que as coisas aconteceram ao contrário. Quando recuei no processo, no momento seguinte o PCP emite um comunicado a dizer que eu sou mentiroso. É isto que é triste e que me desilude na política.
O que o faz avançar como cabeça de lista? Senti na rua e nas associações muita gente a dar-me apoio. Percebi que as pessoas estavam a gostar do nosso trabalho. Tenho sentido um apoio muito forte de muitas pessoas e isso motiva-me a seguir em frente.

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