Munícipes vão a reunião de câmara protestar contra abate de árvores em Tomar

Duas cidadãs foram à última reunião de câmara de Tomar contestar o abate de árvores na cidade. Uma das moradoras criou mesmo uma petição online que conta com mais de 200 assinaturas. Perante as questões lançadas, o presidente da câmara, Hugo Cristóvão (PS), garantiu que estão hoje mais árvores plantadas na cidade do que aquelas que havia há 10 anos atrás.
O abate de árvores continua a ser tema de debate em Tomar. A actual gestão municipal tem procedido ao abate de árvores na cidade, o que tem motivado críticas por parte de moradores e da oposição. Na última reunião de câmara duas moradoras mostraram o seu descontentamento com o abate de árvores que se tem verificado um pouco por toda a cidade. Uma das munícipes, Joana Simões, criou mesmo uma petição online contra o abate de árvores na rua onde mora, que conta já com mais de 200 assinaturas. O presidente da câmara, Hugo Cristóvão (PS), explicou que as árvores abatidas estão já em fim de vida e são substituídas por outras. O autarca garantiu ainda que por cada árvore abatida são plantadas pelo menos duas.
Joana Simões, residente na Avenida Egas Moniz, em Tomar, levantou questões sobre a obra de requalificação da Rua Dr. José Tamagnini, revelando ter ficado surpreendida quando no dia 4 de Abril foi abatida uma árvore, consequência das obras que estão a ser realizadas junto à sua casa. “Os moradores não foram informados, não nos deram qualquer justificação para este abate. Será que vão informar os moradores de futuros abates”, questionou. A cidadã mostrou ainda desagrado com o facto de não ter sido feita uma apresentação pública do projecto.
Também Maria Isabel Vieira foi à reunião de câmara exprimir a sua preocupação com o abate de árvores na cidade. “Se queremos atrair população jovem para vir viver no concelho temos que apresentar uma cidade com os valores básicos deste século, sem ruído, com árvores e com espaços verdes. Não se pode começar a cortar árvores a eito e depois deixar durante décadas a crescerem”, referiu. Alertou ainda que o abate de árvores pode provocar o aumento de temperatura na cidade e a falta de locais com sombra.
Árvores em fim de vida são substituídas
Na resposta, o presidente da câmara, Hugo Cristóvão, explicou que o projecto da Rua Dr. José Tamagnini vem na sequência de um trabalho com proprietários e moradores iniciado há cerca de três anos. O autarca referiu que houve uma avaliação técnica superior que determinou que era a altura certa para substituir as árvores existentes na Avenida Egas Moniz, tendo em conta que já estão em fim de vida e que as raízes iam ficar ainda mais danificadas devido às obras. “Poderíamos optar por não o fazer, mas não seria boa gestão pública porque as árvores estão em fim de vida, vão acabar por morrer, não podíamos deixar passar a oportunidade de resolver um problema que não é para um ano ou dois, é para décadas”, disse.
Hugo Cristóvão mencionou que vão ser abatidas nove árvores nessa rua e plantadas 17. “Ao contrário da imagem que se tenta colocar a esta governação, estão hoje muito mais árvores plantadas na cidade do que aquelas que existiam há 10 anos. No mínimo, por cada uma que por algum motivo tenha sido abatida estão pelo menos duas plantadas”, sublinhou. O presidente terminou afirmando que sente orgulho naquilo que a autarquia tem feito nesse campo, apontando alguns casos, como a Várzea Grande onde, diz, estão hoje plantadas mais do dobro das árvores que existiam, a Av. Nuno Álvares Pereira, onde existiam 10 árvores e hoje estão umas dezenas, ou o Flecheiro onde estão plantadas 300 árvores.