Problema de falta de médicos mantém-se nos Foros de Salvaterra

Os habitantes de Foros de Salvaterra, no concelho de Salvaterra de Magos, continuam a queixar-se do problema da falta de médicos. Unidade de Saúde Local da Lezíria esclarece que sempre que se verifica falta de médicos, procura assegurar o reforço dos recursos.
Nove meses depois de O MIRANTE ter noticiado o encerramento por 15 dias, por falta de médicos, da Extensão de Saúde de Foros de Salvaterra, integrada na Unidade de Saúde Familiar (USF) Rainha do Tejo, o problema aparentemente mantém-se com queixas de alguns utentes como Maria Madalena Carvalho, 66 anos, e Gino Cachinho, 80 anos.
“O que afasta os médicos são as horas de trabalho porque são poucos e não lhes dão tempo para atender como deve ser um doente”, defende a reformada Maria Madalena. Reside desde 2022 nos Foros de Salvaterra, vinda de Azeitão, e tem como antecedentes clínicos um tromboembolismo pulmonar, em Julho de 2024, hipertensão arterial e ansiedade. Conta que se deslocou ao médico com uma dor no ouvido, cansada e maldisposta e acusa que só houve tempo para verificarem o problema no ouvido. Dois dias depois sentiu-se mal, recorreu à unidade de saúde em Salvaterra de Magos, mas como só lhe terão visto a tensão, acabou por se ir embora e chamar uma ambulância, porque se estava a sentir mal.
A utente refere que não estão a marcar consultas e não lhe são passadas as receitas. Gino Cachinho queixa-se do mesmo problema. Desde 2003 que vive nos Foros de Salvaterra e o problema arrasta-se há um ano. O reformado revela que esteve um mês sem medicação, pedia por escrito e deixava na recepção, mas sem sucesso. Acrescenta em conversa com O MIRANTE que de Inverno tem de se levantar às quatro da manhã para ter uma consulta.
Em declarações a O MIRANTE, a Unidade Local de Saúde da Lezíria esclarece que ao pólo de Foros de Salvaterra estão afectos dois médicos de família da USF sediada em Salvaterra de Magos. Actualmente, uma das profissionais encontra-se ausente de forma prolongada por licença parental e para dar resposta a estes utentes, a ULS contratou uma médica aposentada, especialista de Medicina Geral e Familiar, em regime parcial. “A USF tem assegurado o acesso a consultas de inter-substituição para os utentes que estão sem médico de família, ou que tenham o seu médico ausente, como é o caso. Sempre que se verifica a ausência de qualquer dos médicos, a ULS Lezíria procurar assegurar o reforço dos recursos nessa USF”, acrescenta a entidade.