Convento fundado em 1519 na Chamusca à venda por 3,6 milhões de euros

Situado na Chamusca, o Convento de Santo António tem cinco séculos de história e foi criado como um retiro espiritual para frades. Também já funcionou como hotel e residência artística, recebendo escritores e pintores para promover a região ribatejana.
O convento histórico mandado construir na Chamusca por D. Manuel I, em 1519, está à venda por 3,6 milhões de euros. A rede imobiliária Coldwell Banker Portugal está a comercializar o convento que está inserido num terreno com quase três hectares localizado junto à ponte Dr. João Joaquim Isidro dos Reis, mais conhecida como Ponte da Chamusca. Com uma área útil de 1,726 metros quadrados, a propriedade é composta por oito quartos, seis casas de banho e vários espaços sociais, como duas salas de jantar, uma sala principal, cozinha e copa, uma cozinha antiga e sala de pequenos-almoços.
O Convento de Santo António foi fundado em 1519 pelo Rei D. Manuel I. Depois de pertencer a várias famílias, e de sofrer muitas alterações ao longo de cinco séculos, o Convento foi comprado por Carlos do Amaral Netto, proprietário, político do antigo regime, e segunda figura do país antes do 25 de Abril de 1974, por ser o presidente da Assembleia Nacional. A propriedade foi herdada pelo seu filho, Miguel do Amaral Netto, que aceitou transformar o Convento num espaço ainda com mais personalidade, que mistura a arquitectura, arte e o espírito do presente e do passado.
Nos últimos seis anos foi explorado como hotel e residência artística. Actualmente é usado como casa de férias. Um dos destaques do Convento é o claustro central, que oferece acesso directo à igreja. No exterior, encontra-se um jardim com uma piscina panorâmica, uma fonte de água e um pomar.
O MIRANTE esteve em 2020 no Convento de Santo António numa altura em que era explorado como residência artística para promover o Ribatejo, recebendo sobretudo pintores e escritores. A responsável à época, Vanda Cordeiro, afirmava que “este templo é o sítio ideal para mentes curiosas se perderem num lugar encantado”. Nessa tarde O MIRANTE assistiu a uma sessão de pintura ao vivo protagonizada pelo pintor francês Pascal Guireneau. O espéctaculo, que durou cerca de uma hora, foi reservado a uma dezena de pessoas. No final, o artista destruiu a tela pintada, e os vários pedaços foram distribuídos, de igual forma, por todos os presentes.