Trabalho da oposição em Alcanena questionado pela bancada da maioria
Movimento Cidadãos por Alcanena acusa o PS de não ter uma participação activa na gestão do concelho. Socialistas diz que maioria não inclui oposição na elaboração de documentos importantes.
Na Assembleia Municipal de Alcanena o PS criticou o executivo por não incluir as forças da oposição na elaboração do plano de actividades. O deputado Nuno Marques, do movimento Cidadãos por Alcanena, acusou a oposição de não ter uma voz activa na gestão da autarquia e de ser selectiva nas ocasiões em que exerce o seu direito de participação.
A assembleia debateu o Relatório de Avaliação do Estatuto do Direito de Oposição, com críticas do deputado Silvestre Pereira (PS) à metodologia seguida pelo executivo na elaboração do plano de actividades e orçamento. Para o socialista a oposição devia ser mais incluída e deveria haver uma apresentação prévia dos planos, para permitir à oposição uma análise contributiva antes da formalização do orçamento. Em resposta, Nuno Marques criticou o PS por não ter aproveitado a oportunidade que lhe foi dada para participar na elaboração do relatório da oposição, onde poderia ter formalizado as críticas que acabaram por apresentar na assembleia.
“Se querem participar, participem. Foi dada a possibilidade e não a exerceram. Para que é que querem tanto direito de participação se depois não o exercem?”, questionou. O autarca sublinhou ainda que o verdadeiro exercício do direito de oposição implica participação activa. “Para criticar também tem que se participar. Se são chamados a participar e não o fazem, não podem depois dizer que o executivo não lhes deu oportunidade para tal e que gostariam que o executivo tivesse outra conduta”, salienta.
A troca de argumentos subiu de tom, com Silvestre Pereira a defender que a ausência de participação no relatório do direito da oposição foi uma forma de protesto contra o modelo seguido pelo executivo e não porque não queriam participar na sua elaboração. “Estamos a tentar melhorar uma metodologia que não consideramos correcta e não tenho mais nada a dizer porque o que disse foi claro. Se as pessoas não entendem isso, problema delas”, retorquiu.