Sociedade | 04-05-2025 21:00

Director, chefe e sete guardas de Vale de Judeus em risco de suspensão

Director, chefe e sete guardas de Vale de Judeus em risco de suspensão
Em 7 de Setembro do ano passado, cinco reclusos escaparam às autoridades prisionais na prisão de Vale de Judeus

A Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais diz que foram apurados indícios fortes de violação de deveres disciplinares no dia em que cinco reclusos fugiram da cadeia de Vale de Judeus. Por isso, propôs a suspensão de vários responsáveis e guardas do estabelecimento profissional.

A Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) propôs a suspensão do director, de um chefe e de sete guardas em funções na prisão de Vale de Judeus, no concelho de Azambuja, aquando da fuga de cinco reclusos em Setembro do ano passado, revelou fonte do Ministério da Justiça. Os visados estão ainda a ser notificados da acusação e têm agora oportunidade de se defenderem, antes de a DGRSP tomar a decisão final no âmbito dos procedimentos disciplinares abertos em Outubro, acrescentou a fonte, citando informações prestadas por aquele organismo.
Segundo a tutela, foram “apurados indícios fortes de violação de deveres disciplinares”, que justificam a aplicação da sanção, considerada grave. Em 7 de Setembro de 2024, fugiram de Vale de Judeus, em Alcoentre, o argentino Rodolfo Lohrmann, o britânico Mark Roscaleer, o georgiano Shergili Farjiani, e os portugueses Fábio Loureiro e Fernando Ribeiro Ferreira. Os reclusos, todos já recapturados pelas autoridades, cumpriam penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento, entre outros crimes.

Processo arquivado a chefe de Vale de Judeus sem relação com fuga
O Ministério da Justiça esclareceu entretanto que o processo disciplinar arquivado a um chefe da guarda prisional em Vale de Judeus não se relaciona com a fuga de cinco reclusos nem visa o chefe que estava de serviço nesse dia. “O comissário a que se refere a notícia não estava em efectividade de funções na data em que ocorreu a fuga de Vale de Judeus. Por isso, em relação a este responsável, não foi aberto processo disciplinar pela fuga. Este arquivamento reporta-se a outros factos, sem qualquer relação com a evasão dos reclusos”, esclareceu a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
No dia 22 de Abril, a Associação Sindical das Chefias do Corpo dos Guardas Prisionais (ASCCGP) tinha avançado o arquivamento do processo disciplinar aberto ao chefe da guarda prisional de serviço na prisão de Vale de Judeus quando se deu a fuga, o que o Ministério da Justiça veio desmentir. A associação sindical admitiu entretanto o lapso na informação avançada inicialmente à Lusa.
Na sequência da fuga foram abertos nove processos disciplinares, após recomendação do relatório elaborado pelo Serviço de Auditoria e Inspeção e entregue ao Governo a 17 de Outubro, cerca de um mês após a fuga de cinco reclusos de Vale de Judeus, a 7 de Setembro. A fuga de Vale de Judeus levou a ministra da Justiça a ordenar uma auditoria à segurança das cadeias portuguesas e motivou também o afastamento do então director-geral da DGRSP, Rui Abrunhosa Gonçalves. A fuga deu ainda origem a uma averiguação de natureza disciplinar aos guardas que estavam de serviço na videovigilância no momento da fuga e também a um inquérito do Ministério Público para apurar eventuais responsabilidades de cariz criminal.

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