“Sim ao aeroporto em Benavente, não à perda de identidade do concelho”

O vereador Hélio Justino tem a responsabilidade de tentar manter nas mãos da CDU a Câmara de Benavente, a única que a coligação liderada pelo PCP ainda governa no distrito de Santarém.
Hélio Justino, natural de Coruche e residente em Samora Correia desde os sete anos, é o candidato pela CDU à presidente da Câmara de Benavente nas autárquicas deste ano. Advogado, 54 anos, casado e com dois filhos, pessoa introvertida e avessa a protagonismos. Conta, no entanto, com uma carreira sólida no universo autárquico e associativo. Ocupa o cargo de vereador desde Outubro de 2017, acumulando vários pelouros. Foi presidente da Junta de Freguesia de Samora Correia durante três mandatos, de 2005 a 2017 e membro da Assembleia Municipal de Benavente.
No campo associativo, Hélio Justino integrou o conselho de administração da Fundação Padre Tobias durante 12 anos. Foi dirigente do Grupo Desportivo Samora Correia, na secção de Andebol, e presidiu à assembleia-geral de várias instituições locais, como a Sociedade Filarmónica de Samora Correia e o Núcleo Sportinguista de Samora Correia. Foi ainda colaborador de informação e desporto na rádio local.
O Campo de Tiro da Força Aérea no concelho de Benavente foi a melhor escolha para o novo aeroporto? Sim, faz sentido. De resto os estudos técnicos demonstraram que é a melhor localização para servir o país. Nesse sentido, obviamente, para nós faz todo o sentido que se situe ali esta infraestrutura tão importante para o país.
Considera que esse empreendimento pode descaracterizar o concelho de Benavente, caso não exista uma liderança política forte? Há claramente esse risco, mas a nossa vontade é outra. Aceitamos o desenvolvimento, ele é importante, mas assente na sustentabilidade. Este é um município que tem crescido muito e que tem uma grande atractividade. Ao invés do país em geral, temos tido crescimento a todos os níveis, nomeadamente económico e demográfico. Queremos continuar assim, naturalmente, mas de uma forma equilibrada. Temos o nosso Plano Director Municipal (PDM) que salvaguarda algumas situações, mas também sabemos que uma infraestrutura nacional, de importância para o país, pode levar o governo da Nação a fazer alterações. Daí a importância de todos lutarmos com o mesmo objectivo e que é o aeroporto não descaracterizar o concelho. Não podemos perder a identidade e a característica que nos diferencia de estarmos às portas da capital, mas onde ainda existe intacta alguma ruralidade. Isso faz com que haja grande qualidade de vida neste território.