Sociedade | 10-05-2025 15:00

Alcanena prepara providência cautelar para travar avanço de Linha de Muito Alta Tensão

Alcanena prepara providência cautelar para travar avanço de Linha de Muito Alta Tensão
Assembleia Municipal de Alcanena quer juntar a força da população para impedir novo traçado que rasga ao meio o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

Com a emissão do Título Único Ambiental para a Linha Lavos-Rio Maior, a Assembleia Municipal de Alcanena decidiu fazer todos os possíveis para travar o avanço do projecto, através de uma providência cautelar e uma petição pública.

A emissão do Título Único Ambiental (TUA) para a Linha Lavos-Rio Maior gerou muita preocupação na Assembleia Municipal de Alcanena. Apesar do ponto constar apenas para conhecimento, a presidente da assembleia, Tereza Sampainho, destacou que a emissão do título implica que a Linha de Muito Alta Tensão avance inevitavelmente e desafiou os autarcas a manifestarem o seu desagrado.
Tendo em conta os impactos sociais e ambientais negativos que a construção da linha trará para o concelho, o deputado Silvestre Pereira (PS) pediu esclarecimentos sobre o ponto de situação actual do processo. O presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Rui Anastácio, explicou que, apesar da emissão do TUA, ainda decorrem esforços para travar o projecto, afirmando que não é altura de “deitar a toalha ao chão”. O autarca salienta que de momento estão a ser planeadas acções jurídicas para impedir a concretização da linha, estando as câmaras municipais de Alcanena e da Batalha a preparar uma providência cautelar para contestar o avanço da linha. Segundo Rui Anastácio, a estratégia passa por defender a duplicação de duas linhas eléctricas já existentes em vez de abrir um novo traçado que rasga ao meio o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. “Se já há duas linhas que existem, que estão a funcionar e que se podem reforçar, com custos muito mais baixos para o país, para a REN (Redes Elétricas Nacionais) e para o consumidor final, porque não seguir essa alternativa?”, questiona. Contudo, o presidente de câmara salienta que a concretização desta alternativa não será fácil, devido às linhas em questão não cumprirem os afastamentos legais das habitações, o que torna a sua duplicação mais complicada. “O problema destas linhas é que elas hoje são ilegais e ao serem alvo de uma avaliação de impacto ambiental, serão chumbadas. Mas isto é uma questão política e que deve ser decidida ao mais alto nível”, ressalta.
Durante o debate, o deputado José Carlos (CDU) sublinhou a importância de envolver as populações directamente afectadas, propondo a realização de iniciativas como marchas ou manifestações para reforçar a pressão política sobre a situação. “Se juntarmos a assembleia à das populações, conseguimos uma força extraordinária”, defendeu. O presidente da Junta de Monsanto, Samuel Frazão, sugeriu ainda a criação de uma petição pública para levar o tema a debate parlamentar. A proposta foi bem acolhida por todos os autarcas, que concordaram em recolher assinaturas tanto no concelho de Alcanena como no da Batalha, com o objectivo de ultrapassar as cinco mil necessárias para a admissão da petição na Assembleia da República.
Recorde-se que, tal como O MIRANTE noticiou em várias edições, este projecto da Linha de Muito Alta Tensão apresenta uma extensão de cerca de 72 quilómetros (Km), ligando Rio Maior a Lavos, sendo que o traçado faz um atravessamento quase integral do concelho de Alcanena, impactando cinco das sete freguesias do concelho.

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