Moradores de Foros da Charneca continuam a queixar-se de trabalhos de empresa

Empresa registada na freguesia da Barrosa opera numa zona habitacional em Foros da Charneca. Moradores queixam-se de barulho, poluição atmosférica, obstrução da rua e despejo de entulho em terreno privado.
Trocar a confusão de Lisboa pela tranquilidade foi o que atraiu para a região alguns dos moradores da Rua Nossa Senhora da Paz, em Foros da Charneca, concelho de Benavente. A paz e o sossego dos habitantes têm sido perturbados, segundo explicam a O MIRANTE, pela actividade de uma empresa que opera em pleno bairro, como se de uma zona industrial se tratasse. A empresa está registada na freguesia da Barrosa, a cerca de oito quilómetros do local onde decorre o verdadeiro funcionamento e actua em diversos ramos, como comércio de materiais de construção, venda de viaturas usadas, aterros e transporte rodoviário de mercadorias.
Segundo vários moradores com quem O MIRANTE falou, o ruído de um gerador é um dos factores que causa maior incómodo, seja durante a semana, como aos fins-de-semana. A circulação de veículos pesados de mercadorias, atrelados e de máquinas caterpillars é também um dos constrangimentos da actividade da empresa, dado que a rua é abrangida por uma estrada secundária, que já apresenta vários sinais de degradação. A existência de um monte de pó de pedra causa também preocupação, levando os moradores a acreditar que afecta a qualidade do ar que envolve o bairro. A empresa utiliza ainda dois terrenos privados para estacionamento de viaturas e despejo de entulho, tal como para as manobras que, dado a pouca largura da estrada, são necessárias para a entrada das viaturas nas instalações. O MIRANTE contactou o proprietário de um dos terrenos onde estas actividades acontecem, que assumiu não ter conhecimento da situação, visto que tem um processo pendente para a construção de um imóvel no local e não o tem visitado com tanta regularidade.
Um dos moradores do bairro já alertou o município para a situação há cerca de 10 meses, garantindo que a fiscalização esteve presente no terreno e analisou as ocorrências. O líder da autarquia, Carlos Coutinho, prometeu dar notícias, mas passado quase um ano o processo não avançou.
O MIRANTE contactou o proprietário da empresa em questão, que acusou um dos moradores “ter falta do que fazer” e ignorou as alegações. O responsável garantiu ainda que está em negociações para a compra de um dos terrenos, que já faz uso para o estacionamento de veículos e despejo de entulho.