Investigadores dinamizaram actividades em Alhandra no “MARE à Beira Rio”




Aproximar o conhecimento científico académico da comunidade foi o objectivo do “MARE à Beira Rio”, que abordou temas como os movimentos dos peixes do Tejo e os impactos das espécies invasoras na fauna. A iniciativa juntou uma centena de pessoas nas quatro actividades que decorreram na zona ribeirinha do Tejo em Alhandra.
Investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa estiveram em Alhandra onde dinamizaram actividades didácticas para as famílias. A iniciativa “MARE à Beira Rio” juntou uma centena de pessoas no domingo, 11 de Maio, na zona ribeirinha de Alhandra.
O objectivo da iniciativa foi aproximar o conhecimento científico da universidade à comunidade. Foram dinamizadas actividades sobre a importância dos “bichos da lama” no estuário e rio Tejo, sobre como se estudam os movimentos dos peixes do Tejo, uma actividade sobre as espécies invasoras do estuário como a amêijoa-japónica e, por fim, uma actividade sobre os peixes do rio Tejo e os impactos dos peixes invasores como é o caso do peixe gato europeu, também conhecido por siluro.
Ao almoço os participantes foram convidados a experimentar três espécies invasoras que existem no rio Tejo. O menu teve uma massada de carpa, douradinhos do rio e rolinhos fritos de siluro e fatias fritas de lucioperca com açorda. “O consumo de peixes invasores pode ajudar a reduzir o impacto do peixe gato europeu sobre várias espécies nativas do rio Tejo e, simultaneamente providenciar algum rendimento aos pescadores profissionais”, comentou o investigador Filipe Ribeiro.
Foi dado a conhecer o projeto Life-predator que irá implementar a remoção de peixe gato europeu em áreas protegidas reduzindo o impacto desta espécie invasora. Ao longo do dia cerca de 100 pessoas participaram no evento, sobretudo famílias com crianças. José Freitas, um escalabitano a participar no evento, disse estar “espantado com a qualidade dos douradinhos de siluro e dos rolinhos de siluro com bacon”.
Catarina Alexandre, residente em Vialonga, classificou de divinal a açorda de ovas de carpa com lucioperca frita. Paula Barbosa, de Arruda dos Vinhos, licenciada em Química, disse ter aprendido muito sobre a importância da monitorização dos invertebrados aquáticos e a sua a relação com a qualidade ecológica do estuário do Tejo.
O “MARE à Beira Rio” foi organizado pelo Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, pela Associação Gentes em Alhandra, Casa das Estórias e Junta de Freguesia de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz. Bernardo Quintella, Beatriz Castro, Christos Gkenas, Inês Pires, João Paulo Medeiros e Mafalda Moncada foram outros dos investigadores do MARE envolvidos no evento.