Sociedade | 18-05-2025 12:00

A preparação física faz a diferença na missão de bombeiro

A preparação física faz a diferença na missão de bombeiro
José Cerqueira, Andreia Coelho e Luís Rodrigues (da esquerda para a direita)

Bombeiros de todo o país participaram na prova Subida Templária, que decorreu em Tomar. Os participantes foram desafiados a subir até ao emblemático castelo, transportando equipamento de protecção individual com mais de 30 quilos. O MIRANTE acompanhou a prova e conversou com três participantes, que reconheceram a importância da preparação física na sua missão.

A primeira edição da Subida Templária pôs à prova a resistência de 150 bombeiros, num percurso de distância curta que subiu do centro histórico de Tomar até ao castelo da cidade. Cada participante teve de transportar o equipamento de protecção individual, com um peso de mais de 30 quilos, testando limites numa competição que apelou à boa condição física e que foi organizada pelos Bombeiros do Município de Tomar.
Luís Rodrigues, 44 anos, está nos Bombeiros de Tomar desde 2004. Começou como bombeiro voluntário, tendo passado para sapador há cinco anos. Teve outras profissões, chegou a trabalhar como serralheiro e canalizador, até conseguir ingressar no corpo de bombeiros como profissional. “Havia o bichinho já de família, o meu avô tinha sido bombeiro, vai passando de geração em geração”, explica. Garante que gosta de ser bombeiro, mas confessa que não é uma vida fácil. “Este ano, com a reestruturação que o governo fez, ficámos um bocadinho melhores, mas até há bem pouco tempo ser bombeiro era um trabalho precário. Só se fala em bombeiros normalmente quando é preciso, e é no Verão porque é mediático, porque no resto do ano esquecem-se deles, pelo menos têm-se esquecido”, refere.
O operacional explica que os bombeiros de Tomar fazem preparação física regularmente, tendo mesmo um tempo no horário laboral destinado ao exercício físico. Usam o complexo desportivo, onde têm uma técnica do desporto que lhes dá apoio, e um ginásio no quartel, menciona Luís Rodrigues, que considera a preparação física extremamente importante na profissão.

“Pessoal menos preparado vai abaixo muito mais rapidamente”
José Cerqueira, 64 anos, é bombeiro em Constância há 37 anos. Diz que sempre quis ser bombeiro, desde que saiu da tropa, onde esteve nos comandos durante cinco anos. “Acho que ser bombeiro é uma arte, é uma opção nossa e quem gosta é para toda a vida”, refere, assumindo que já sente receio pela reforma que se aproxima. Garante que quando se reformar quer continuar ligado aos bombeiros. Decidiu participar na Subida Templária porque gosta de desporto e aventura, tendo já participado em provas idênticas. “Quero demonstrar aos mais novos que a idade não conta e que deveriam estar cá também como eu estou”, sublinha bem-disposto. Chegar ao fim da prova é o principal objectivo para o bombeiro que considera que a preparação física faz mesmo diferença na profissão de bombeiro. “Nós notamos no terreno, pessoal menos preparado vai abaixo muito mais rapidamente”, diz.
Andreia Coelho, 47 anos, é bombeira em Constância desde 2005. Tirou um curso superior em Serviço Social, foi trabalhar para os bombeiros nessa área e acabou por mudar de profissão. “É difícil estar nos bombeiros e não sentir o bichinho, não sentir aquela vontade enorme de ajudar os outros”, explica. Assume que adora ser bombeira porque gosta de ajudar os outros. “Todos nós em várias alturas da nossa vida precisamos de ajuda e só aí é que temos noção da verdadeira missão e do verdadeiro valor que é ajudar quem precisa”, menciona orgulhosa do seu trabalho.
A bombeira de Constância faz preparação física regularmente, em contexto profissional e nos tempos livres, faz provas de trail, corre diariamente e ainda pratica natação. “Sem dúvida que a preparação física faz a diferença para um bombeiro. Se às vezes é difícil com preparação física, sem preparação física será garantidamente mais difícil”, conclui.

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