Chafariz pombalino de Arruda dos Vinhos recebe obras para impedir fugas de água

Estrutura histórica edificada em 1789 estava a sofrer com gravíssimas perdas de água e há vários meses que estava com as torneiras fechadas para impedir o desperdício. Câmara liderada por Carlos Alves quer que o espaço fique recuperado rapidamente.
O chafariz pombalino de Arruda dos Vinhos, um marco patrimonial importante da sede de concelho, vai receber nos próximos meses obras de requalificação e recuperação que visam aumentar a sua estanquidade e com isso impedir a continuidade das perdas de água que levaram à sua desactivação.
Há longos meses que a comunidade de Arruda dos Vinhos lamentava o estado em que se encontrava o chafariz, que estava desactivado para impedir o desperdício de água. A informação foi avançada pelo vice-presidente do município, Paulo Pinto, em reunião de câmara. “A empreitada de restauro e conservação do chafariz, em frente aos paços do concelho, já arrancou. Não é viável que aquilo fique como está hoje, com perdas de água assinaláveis, e o objectivo principal é garantir essa estanquidade”, explicou. O projecto de requalificação teve de ser submetido à Património Cultural e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) por se tratar de um imóvel classificado como sendo de interesse público. “As coisas estão a avançar e queremos que os trabalhos decorram da melhor forma. É provável que no mercado oitocentista de Arruda ainda estejamos em obra mas queremos que ela seja feita quanto antes”, explicou.
O chafariz pombalino de três bicas de Arruda dos Vinhos foi edificado em 1789, substituindo uma antiga fonte de pedra, visando o abastecimento de água à população. Apresenta um escudo de D. José e apresenta influências pombalinas e barrocas à base de alvenaria mista, reboco pintado e cantaria de calcário. Reza a lenda que terá sido feito à custa de um cavaleiro da Casa Real, natural de Arruda. O chafariz é servido por uma escadaria bifurcante e apresenta um espaldar com fogaréus, três bicas de água e uma pedra de armas real. Também inclui um tanque servido de água. Foi reconstruído após o terramoto de 1755 e foi palco de vários acontecimentos históricos, das invasões francesas à proclamação da república, em 1910. nessa altura, num acto de derrube da monarquia foi desbastada a coroa real que ali existia. Em 1997 foi aprovado o despacho de homologação da classificação do imóvel como sendo de interesse público.