Sociedade | 19-05-2025 07:00

Padrasto detido por abusar de menina em Vila Franca de Xira

abuso de jovens
TEXTO COMPLETO DA EDIÇÃO SEMANAL

Criança desabafou com a mãe o que lhe estava a acontecer mas esta omitiu a informação da polícia e foi constituída arguida. Acabou por ser a escola a alertar as autoridades. É o segundo caso, em menos de quatro meses, de abuso de crianças no concelho de Vila Franca de Xira.

Durante várias semanas uma criança de 10 anos foi abusada sexualmente pelo padrasto numa habitação municipal em Vila Franca de Xira. A menina pediu ajuda à mãe dizendo o que se passava, mas esta escondeu o crime das autoridades com medo que o companheiro as matasse a ambas e acabou por ser a escola onde a menor tem aulas a alertar as autoridades.
O homem, de 41 anos, vai aguardar julgamento em prisão preventiva e foi detido na última semana pela directoria de Lisboa e Vale do Tejo da Polícia Judiciária (PJ) por suspeita da prática de vários crimes de abuso sexual de crianças, de violência doméstica e de coacção agravada sobre a menor, sua enteada. A mãe foi também constituída arguida pelo Ministério Público por ter ocultado o crime das autoridades.
Fonte oficial da PJ confirma a O MIRANTE um cenário de horror, com o padrasto a constranger a menor durante anos, pelo menos entre os sete e os 10 anos, obrigando-a a sofrer actos sexuais de relevo, provocando-lhe medo e obrigando-a ao silêncio sobre pena de a agredir fisicamente ou até matá-la caso alguém viesse a saber do que estava a acontecer. Ao que o nosso jornal também conseguiu apurar, a família é desestruturada, vive de parcos rendimentos e apoios sociais e a menor também presenciava actos de violência doméstica cometidos pelo padrasto à sua mãe, incluindo agressões a murro e pontapé. Por tais agressões, a mulher chegou mesmo a apresentar queixa-crime em 2023 mas o agressor saiu do tribunal apenas condenado a pagar uma indemnização e prometendo alterar o seu comportamento, o que não veio a acontecer.
O caso veio a lume quando a menor pediu ajuda às psicólogas da escola, que deram andamento ao contacto com a Polícia Judiciária que, explica, desenvolveu diligências urgentes para proceder à detenção do suspeito no próprio dia, para assim evitar a continuidade da permanência do homem junto da criança. Segundo a PJ, este caso não tem ligação com outros recentes que têm sido notícia no concelho de VFX.
Este foi o segundo caso grave, recorde-se, envolvendo abuso sexual de crianças no concelho de Vila Franca de Xira. Já em Janeiro deste ano o Ministério Público apresentou a interrogatório judicial um homem acusado de praticar 38 crimes de abuso sexual de crianças agravado, factos ocorridos entre Março de 2024 e Janeiro de 2025 na residência onde o arguido vivia com a companheira e a vítima menor de 12 anos. E, tal como O MIRANTE deu nota, os juízes do Tribunal da Relação também confirmaram este ano a condenação de um outro homem do concelho de VFX a sete meses de prisão, substituídos por uma multa de 1.155 euros, por um crime de ofensa à integridade física qualificada por ter agredido à bofetada a filha apenas por não ter gostado que ela chamasse pai ao padrasto.

Mais de 800 vítimas num ano

Em 2024, como o nosso jornal já havia noticiado, o Centro de Apoio à Vítima (CAV) de Vila Franca de Xira atendeu 879 pessoas vítimas de violência doméstica no concelho. A maioria dos casos foi na União de Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, com 378 atendimentos, seguido da União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa com 254 atendimentos. Em Vila Franca de Xira foram atendidas 150 vítimas, em Vialonga 58, na União de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz 22 e na União de Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras 17 pessoas. Destes números, seis vítimas de violência foram encaminhadas para casas abrigo.

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