A Câmara do Cartaxo adquiriu o Campo das Pratas confirmando-se o que o presidente da câmara, João Heitor (PSD), havia revelado a O MIRANTE em entrevista publicada a 26 de Abril na edição online. Ao nosso jornal, o autarca disse ter uma boa relação com a herdeira dos terrenos onde está instalado o campo de futebol e colocou um ponto final num dos imbróglios que os autarcas socialistas deixaram para a comunidade. O campo foi adquirido por 165 mil euros, a pagar em duas prestações.
O negócio que envolve o Campo das Pratas prevê a aquisição do prédio urbano onde se encontra o campo de futebol e de uma parcela de terreno adicional, destinada à instalação de um parque de estacionamento e/ou outras infraestruturas complementares. A aquisição permite à autarquia assegurar o domínio pleno sobre um espaço com reconhecido interesse para o desenvolvimento de actividades desportivas e de lazer, ao abrigo das competências que lhe são atribuídas por lei no apoio aos tempos livres e ao desporto.

Uma novela com mais de duas décadas
Recorde-se que, em Novembro de 2003, o ex-proprietário do terreno onde está o campo de futebol moveu uma acção de despejo contra o Sport Lisboa e Cartaxo, clube que utilizava o campo de futebol. Para tentar resolver o litígio e conseguir a retirada do processo, o município, na altura liderado pelo socialista Paulo Caldas, celebrou um contrato de arrendamento que incluiu a possibilidade de uma futura operação de loteamento no prédio (com uma área de 54.240 metros quadrados) onde está implantado o campo de futebol e as infraestruturas de apoio (7.576 metros quadrados). A câmara assumiu então o pagamento da indemnização pedida ao clube pelos proprietários, no valor de 62.500 euros, e o pagamento de uma renda mensal, que repercutiu no protocolo anual celebrado com o clube.
Contudo, a falta de pagamento das rendas pelo município, na altura já liderado por Paulo Varanda (PS), a partir de Janeiro de 2013, levou os proprietários do campo a avançarem, em Outubro desse ano, com uma acção para resolução do contrato e devolução imediata do terreno. A acção foi executada em Março de 2015, com o ex-presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro (PS), a ser notificado da obrigatoriedade de pagamento de 2.500 euros por cada mês que passasse entre a cessação do contrato e a entrega efectiva do imóvel. Em Maio desse ano, a câmara municipal foi notificada para pagamento imediato de 39.122 euros, tendo entregado o imóvel aos proprietários em Junho.
Nessa altura, o clube encetou negociações com os proprietários com o objectivo de manter a sua actividade no Campo das Pratas, mas não houve acordo. As equipas de futebol dos escalões jovens do SL Cartaxo foram obrigadas a recorrer a outros campos do concelho e do concelho vizinho de Azambuja para treinar e jogar.

Mudança de relvado no estádio municipal do Cartaxo

João Heitor revelou ainda, em entrevista recente a O MIRANTE, que a autarquia está com ideias de mudar o relvado do estádio municipal, inaugurado em 2005, com ganhos em termos de custos de manutenção. O relvado natural está a custar ao município cerca de sete mil euros mensais e a ideia é colocar um relvado sintético com custos muito mais baixos.