Cidadão que vive sozinho em Tomar recebeu factura de água de 285 euros

José Soares foi à Assembleia Municipal de Tomar expor a sua situação. O munícipe, que diz morar sozinho, referiu que no mês de Abril recebeu uma factura da Tejo Ambiente no valor de 285 euros. Antes já andava a receber facturas com valores “elevados”. O presidente da Câmara de Tomar reconheceu que a situação é “estranha”.
A última sessão da Assembleia Municipal de Tomar contou com a intervenção do munícipe José Soares, que apontou o dedo à empresa intermunicipal Tejo Ambiente, responsável pelo fornecimento de água em Tomar, devido ao preço “exorbitante e até pornográfico” da água e consequentes taxas associadas. E deu o exemplo da factura de Abril, que atingiu os 285 euros.
O queixoso explicou que é o único a consumir água na sua casa, sendo que os gastos são essencialmente para duche. “Qual o meu espanto quando recebo as facturas da água há uns meses com um valor referência entre os 85 e os 100 euros, é de loucos isto”, afirmou. O munícipe referiu que, perante a situação, ligou para a Tejo Ambiente para expor o problema, tendo recebido como resposta que iam averiguar o caso. “Fiquei a aguardar, a resposta vem na factura do mês de Abril, em que em vez dos 80 e tal euros, a factura apresenta um valor de mais de 285 euros, relativa ao período de 20 de Março a 17 de Abril de 2025”, disse.
José Soares acusa a Tejo Ambiente de não estar preocupada com os gastos ou desperdício de água: “bem pelo contrário, o mais importante para ela é o que nós lhe paguemos. É por isso que quando há leituras por estimativa o preço é um, quando vêm fazer a leitura e o reajustamento, o preço que o cidadão paga é sempre mais alto”, mencionou. O munícipe aproveitou para recordar o serviço prestado pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) em Tomar, antes do aparecimento da Tejo Ambiente. Para José Soares, os SMAS prestavam um “serviço de excelência” aos tomarenses. Terminou citando alguns municípios a nível nacional que decidiram voltar aos serviços municipalizados de água.
Na resposta, o presidente da Câmara de Tomar e membro do conselho de administração da Tejo Ambiente, Hugo Cristóvão (PS), sublinhou que a empresa é totalmente pública e municipal. “Não há nenhuma outra entidade, não há nenhum interesse que não seja o interesse dos seis municípios que compõem a Tejo Ambiente”, frisou. O autarca disse não concordar com a opinião que os SMAS prestavam um serviço de excelência. “Os SMAS tinham muitas vicissitudes, muitas deficiências, algumas andamos a pagá-las e a Tejo Ambiente é herdeira dessas deficiências, assim como das deficiências das outras entidades que os restantes municípios detinham”, acrescentou.
Sobre os valores que o munícipe recebeu nas facturas da água, Hugo Cristóvão reconheceu tratar-se de uma situação “estranha”, mas relembrou que nas facturas são pagos outros serviços além da água, como saneamento e resíduos sólidos.