Associação Cultural e Recreativa de Alburitel tem na acção social a principal missão

Criada em 1975, a Associação Cultural e Recreativa de Alburitel está a comemorar 50 anos de existência. A instituição de solidariedade social dispõe de diversas valências, como centro de dia, lar, apoio domiciliário e ATL. Em construção estão novas instalações, um projecto ambicioso no valor de três milhões de euros. O MIRANTE visitou a actual sede da associação e falou com o presidente, Elias Silva.
Responder às necessidades da população é a missão da Associação Cultural e Recreativa de Alburitel (ACRA). Criada em 1975, a associação da freguesia de Alburitel, concelho de Ourém, está a comemorar 50 anos. A sua fundação remonta a 1 de Maio de 1975. Começou por ser uma associação voltada para o desporto e cultura, mas rapidamente assumiu a acção social como a sua prioridade. Em 1981 inaugurou uma sede própria, espaço onde ainda se encontra. A ACRA dispõe de diversas valências, como centro de dia, lar, apoio domiciliário e também ATL para a infância. Em construção estão novas instalações para a associação, num projecto ambicioso, pensado há já largos anos e que a população da freguesia aguarda com grande entusiasmo. O MIRANTE esteve em Alburitel e conversou com o presidente da ACRA, Elias Silva.
Elias Silva, 76 anos, explicou como surgiu o projecto para as novas instalações da associação. Recorda que, em 1994, foi comprado um terreno para construir instalações que albergassem todas as respostas sociais da ACRA. Nessa data foi apresentado um projecto para o terreno, que já rondava os dois milhões de euros. A associação andou, depois, a tentar encontrar apoios e só em 2019 foi apresentado o projecto final, tendo sido aprovado em 2021. Em 2023, foi lançada a primeira pedra do edifício e em Março de 2024 arrancou finalmente a obra.
A decorrer há um ano, a empreitada está a meio, sendo que o objectivo é que as novas instalações possam ser inauguradas ainda este ano, para assinalar da melhor maneira meio século de vida. “A melhor prenda que a ACRA podia ter nestes 50 anos era inaugurar umas instalações com esta envergadura”, afirma Elias Silva entusiasmado. As valências da associação vão passar todas para as novas instalações, menos o ATL que funciona no centro escolar. Elias Silva refere que o novo edifício implica um investimento na ordem dos três milhões de euros, com apoio de fundos comunitários.
Finalizar a obra é o principal objectivo da associação, mas outras ideias começam também a surgir. O presidente da associação explica que, com a mudança para uma nova sede, o edifício onde estão actualmente vai ter que ser repensado. A associação quer continuar a explorar o edifício e já pondera avançar com outros projectos, como a criação de uma creche, habitações sociais ou um espaço para cuidados continuados. A associação tem, neste momento, 25 idosos no centro de dia, 18 pessoas a receberem apoio domiciliário, 32 crianças no ATL e 14 idosos em lar. As novas instalações vão permitir aumentar a oferta, com 40 camas disponíveis para o lar e a possibilidade de acolher mais 40 pessoas no centro de dia.
Para tudo isto, a ACRA necessita de recursos humanos, empregando actualmente 27 pessoas. Assumindo-se como uma instituição de solidariedade social sem fins lucrativos, a ACRA trabalha exclusivamente para a comunidade. “A associação tem muita importância para a freguesia, as pessoas quando precisam de ajuda sabem que podem encontrar aqui”, afirma Elias Silva. Além da resposta social, a associação também organiza diversas actividades desportivas e culturais ao longo do ano, como provas de autocross, noites de fados, caminhadas e sessões de teatro. No dia de comemoração dos 50 anos fizeram um almoço que juntou mais de 250 pessoas.
Presidente da junta durante 20 anos
O presidente da ACRA, Elias Silva, está na associação desde o início. Na primeira direcção da ACRA ficou logo como tesoureiro e depois, em 1985, assumiu a presidência, mantendo-se até aos dias de hoje, com uma pequena interrupção pelo meio. É natural de Alburitel, cresceu e andou na escola da freguesia. Casado e pai de um filho, Elias Silva trabalhou durante toda a sua vida como bancário em Tomar, regressando a Alburitel quando se tornou presidente da junta de freguesia, em 1994. Fez dois mandatos, perdeu um e voltou a ganhar, tendo feito mais três mandatos seguidos. “O meu trabalho como presidente foi sempre na procura de proporcionar à freguesia o melhor bem-estar possível”, afirma orgulhoso. Actualmente ainda faz parte da assembleia de freguesia.
Alburitel tem cerca de mil habitantes
A freguesia de Alburitel, da qual fazem parte as aldeias de Alburitel e Toucinhos, tem pouco mais de mil habitantes. A população é bastante envelhecida, sendo que os óbitos são “largamente” superiores aos nascimentos. Alburitel era considerada uma freguesia que tinha de tudo um pouco e hoje continua a ter cafés, restaurantes, estabelecimentos comerciais e industriais, minimercados e posto médico. Os habitantes dizem que continuam a estar bem servidos, mas que a farmácia faz falta. Tem também boas acessibilidades, com o IC9, que liga Tomar e Ourém.