Sociedade | 24-05-2025 12:00

Zona ribeirinha de Benavente tem potencial mas não pode ter atenção só em épocas de festa

Zona ribeirinha de Benavente tem potencial mas não pode ter atenção só em épocas de festa
António Pereira e Maria Teixeira

Habitantes de Benavente que costumam usufruir da zona ribeirinha do Sorraia reconhecem-lhe o potencial, mas dizem que são necessários mais atractivos e condições para a beira-rio ser mais aproveitada.

Um final de tarde com sol em Benavente atrai algumas pessoas para a zona ribeirinha, para praticar desporto, passear animais de estimação ou simplesmente fazer uma caminhada junto às águas do Sorraia. Maria José vive há 73 anos em Benavente. Apesar de já ter vivido temporariamente noutros locais, admite que quem lhe tira Benavente “tira-lhe tudo” e lamenta que a zona ribeirinha e a “parte velha” da vila estejam cada vez mais desertas. Para a moradora, deviam existir melhores condições para os caminhantes circularem, dada a degradação que as cheias causaram no passeio existente. O local tem sido alvo de vários e prolongados períodos de cheia nos últimos anos, algo que também acaba por limitar o acesso a grande parte da zona durante algumas semanas do ano. “Era importante existir uma intervenção rápida, especialmente agora que com o bom tempo as pessoas voltam a querer circular aqui”, admite a moradora, que não deixa de elogiar o trabalho feito na limpeza das margens do rio Sorraia.
O silêncio e a tranquilidade no espaço atraem também aqueles que gostam de desfrutar de momentos de meditação e calma. É o caso de Maria Teixeira, que costuma frequentar a zona para estar consigo mesma durante um pouco, apenas “com o som dos pássaros e do rio a correr”. Considera que o local tem imenso potencial para várias actividades e lamenta que não existam outros estímulos para que haja mais movimento, especialmente para os jovens. “Vê-se em muitos sítios que as pessoas cada vez saem menos de casa por alguma sensação de insegurança. Creio que aqui não é o caso, é mesmo a falta do que fazer”, afirma, adicionando que podia existir também um maior aproveitamento do rio.
Muitos dos que aproveitam o parque ribeirinho fazem-se acompanhar dos animais de estimação, como é o caso de António Pereira, que utiliza frequentemente a zona para passear o seu pastor belga. Residente há cerca de dez anos em Benavente, considera que a zona ribeirinha tem imenso potencial, no entanto é apenas tratada e aproveitada em ocasiões festivas, como na Festa da Sardinha Assada, em finais de Junho, ou no Festival do Arroz Carolino das Lezírias Ribatejanas, quando este acontece em Benavente. “Têm de criar mais atractividades e dinamização para o resto do ano, nem que seja algo amovível que possa ser retirado para essas alturas”, afirma, admitindo que um parque próprio para os caninos podia ser benéfico, mesmo reconhecendo que o risco iminente de cheias pode danificar o material.

Populares sugerem instalação de bar no Jardim do Calvário
António Pereira considera ainda que um bar seria o estímulo perfeito para atrair mais pessoas durante todo o ano à zona ribeirinha, mais propriamente no Jardim do Calvário, que se localiza numa zona mais alta, não correndo qualquer risco de ser afectado pelas cheias. O espaço dispõe ainda de vista para a lezíria, algo que leva o morador a acreditar que seria perfeito para a instalação de um bar com esplanada, que poderia ser instalado pela autarquia e posteriormente concessionado para exploração de uma entidade privada. “Já tentaram fazer algo assim noutro espaço aqui da zona, mas acabou por não acontecer”, admite, relembrando uma estrutura que foi construída na zona do jardim da Fateixa, também pertencente à zona ribeirinha.
A ideia de um estabelecimento de restauração junto ao parque ribeirinho é algo unânime entre quem utiliza o espaço. Paulo Oliveira, natural de Benavente, admite que o Jardim do Calvário seria o local ideal para um projecto desse âmbito. O espaço ficou algo limitado após a descoberta de um poço antigo, quando ocorreram obras no local, mas o popular acredita que essa estrutura até poderia servir de atracção. “Podiam aproveitar até o poço para formar algo ali em volta e dinamizar toda esta zona”, afirma, considerando que são poucos os cafés em Benavente, especialmente na zona do Calvário. Paulo Oliveira utiliza ocasionalmente o local para praticar corrida e admite também que a zona é mais aproveitada apenas em alturas de festa, algo que considera que devia ser contrariado.

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