Sociedade | 27-05-2025 15:00

Associação alerta que doentes obesos morrem à espera da primeira consulta

Associação alerta que doentes obesos morrem à espera da primeira consulta
foto ilustrativa

Situação é especialmente preocupante nas consultas de obesidade infantil, que apenas existem em algumas regiões do país. Santarém é um dos locais onde existe esse apoio.

A Associação Portuguesa de Pessoas que Vivem com Obesidade alerta para casos de doentes que morreram antes de conseguirem a primeira consulta para tratamento da obesidade, cuja espera pode variar entre dois e quatro anos, dependendo do hospital. “Esta lista de espera até pode fazer com que a pessoa morra antes de ter a primeira consulta e, infelizmente temos casos desses na associação”, disse à Lusa o presidente da ADEXO, Carlos Oliveira, observando que está situação já aconteceu “várias vezes: Não é uma nem duas”. Segundo Carlos Oliveira, estas mortes estão associadas a complicações graves decorrentes da obesidade, como diabetes, apneia do sono, doenças cardiovasculares, problemas articulares.
Além disso, durante esse tempo de espera para consulta ou para cirurgia, o doente recorre frequentemente aos serviços de urgência, disse Carlos Oliveira, defendendo que se fossem tratados atempadamente, muitas destas situações podiam ser evitadas, o que também aliviaria a pressão sobre os hospitais e nos centros de tratamento. Mas, salientou, a situação é especialmente preocupante nas consultas de obesidade infantil, que apenas existem em algumas regiões do país, obrigando as famílias a deslocações constantes a hospitais de outras cidades. “Uma criança de Faro, que não tem tratamento infantojuvenil para a obesidade, tem que vir a Évora, a Lisboa ou a Santarém”, os três locais onde existe esse apoio, exemplificou. Como a abordagem é multidisciplinar, envolvendo consultas de nutrição, psicologia, endocrinologia, o doente tem de fazer três ou quatro viagens para se tratar, representando um grande encargo financeiro e logístico para as famílias. Carlos Oliveira defendeu a criação de mais centros de tratamento no país, para reduzir custos e facilitar o acesso aos cuidados.
Em 2022, o excesso de peso afectava 37,3% da população adulta portuguesa e a obesidade 15,9%. A obesidade infantil atinge também proporções elevadas em Portugal, com o excesso de peso a atingir os 31,9% das crianças e a obesidade 13,5%.

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