Sociedade | 28-05-2025 14:14

“Deixem as crianças brincar e brinquem com elas sem medo de entrar no seu mundo”

“Deixem as crianças brincar e brinquem com elas sem medo de entrar no seu mundo”
A psicóloga Beatriz Dias abriu em Santarém, com o companheiro, Osama El Rafaey, um espaço pensado para a brincadeira

A brincadeira é um ensaio para a vida adulta onde se aprende a lidar com emoções e a desenvolver ferramentas como a criatividade e empatia. No Dia Internacional do Brincar, que se assinala esta quarta-feira, 28 de Maio, e a poucos dias do Dia da Criança, a psicóloga Beatriz Dias fala do impacto que as brincadeiras têm no bem-estar e no desenvolvimento da criança e de como podem ser descomplicadas.

Brincar com uma criança pode ser um acto simples, descomplicado, que não implica ter à disposição um baú cheio de brinquedos. Basta ter vontade e imaginação, e permitir-se mergulhar no mundo criativo dos mais pequenos. “Para uma criança uma panela e uma colher pode ser um brinquedo, dançar pode ser divertido, fazer uma competição de plasticina ou de pintura”, começa por referir a propósito do Dia Internacional do Brincar, que se assinala a 28 de Maio, a psicóloga clínica, Beatriz Dias.

A terapeuta cognitivo-comportamental, explica que um dos maiores obstáculos à brincadeira é o adulto tentar “condicioná-la” dizendo à criança: “não é assim que se faz, não é assim que se brinca”. Inevitavelmente, ao ouvir isto, a criança vai sentir “limitação” que se poderá reflectir no seu desenvolvimento e impactar a vida adulta a vários níveis, desde as relações interpessoais à auto-estima. “O nosso papel enquanto adultos deve ser o de oferecer, disponibilizar, mais do que dirigir. Nós, adultos, sabemos que um escorrega sobe-se pelas escadas e desce-se pela parte que escorrega. Mas as crianças sobrem por qualquer sítio e está tudo bem. As regras sociais são nossas”, afirma.

Na infância, destaca, o brincar tem um papel fundamental no bem-estar e no desenvolvimento da criança. “O brincar é o ensaio da vida geral. A criança está a treinar a resolução de problemas, a aprender a regular emoções, a trabalhar a tolerância à frustração e a capacidade de espera, a empatia pelo outro e a copiar o que aprende, por exemplo, quando brinca com um kit médico, recriando a sua consulta de rotina. O brincar é, no fundo, a ferramenta que as crianças têm para se preparar para a vida adulta, portanto, quanto mais completo for este brincar mais completas e desenvolvidas serão em adultas.

Foi precisamente para dar oportunidade às crianças e suas famílias de terem acesso a um brincar completo, diferente e criativo que Beatriz Dias e Osama El Rafaey abriram, no centro de Santarém, em Abril passado, o Espaço Meraki. Pais de uma menina de dois anos, contam que passavam os dias a correr para outras cidades para poderem proporcionar experiências diferentes e enriquecedoras à pequena Gabriela. “Só que gostamos muito de viver em Santarém e então pensámos que seria interessante pararmos de reclamar da nossa cidade e sermos proactivos, fazermos algo por ela”. Na pior das hipóteses, se não houvesse adesão por parte das famílias, seria um espaço para a Gabriela explorar com os seus pais. Mas não, a adesão aos ateliês que desenvolvem, pensados para diferentes idades e propósitos, têm sido um sucesso. *Artigo completo numa próxima edição semanal de O MIRANTE.

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