Sociedade | 31-05-2025 21:00

Antigos militares da EPC de Santarém reencontram-se para partilhar memórias e amizade

Antigos militares da EPC de Santarém reencontram-se para partilhar memórias e amizade
EPC de Santarém volta a receber antigos militares da cavalaria para um reecontro de memórias e camaradagem

Mais de uma centena de antigos militares voltaram a reunir-se na antiga Escola Prática de Cavalaria de Santarém no dia 24 de Maio, num convívio marcado por reencontros, partilhas de histórias e homenagem aos que já partiram.

O portão da antiga Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, abriu-se no dia 24 de Maio para receber 112 antigos militares que, entre 1986 e 1988, partilharam farda, disciplina e amizade. Quase quatro décadas depois, o antigo quartel foi novamente um ponto de encontro para um reencontro de camaradagem e amizade. Foi junto à viatura blindada à entrada da EPC que tudo começou, com um momento simbólico e comovente, onde foi colocado um ramo de cravos vermelhos em homenagem aos militares que já não estão entre nós, seguido da entoação do hino nacional. Seguiu-se uma visita guiada às instalações, que serviram, nas palavras de Vasco Sousa, “como uma escola de vida”. Para este ex-militar, de 58 anos, o regresso à EPC foi carregado de emoção, afirmando o escalabitano que rever camaradas de décadas é uma alegria. “Este evento é sempre muito importante, pois podemos relembrar os velhos tempos e a nossa juventude. Só tenho pena de ver hoje a EPC parada quando na nossa altura era cheia de vida”, afirma a O MIRANTE.
Ao lado de Vasco Sousa estava Paulo Antunes, que recordou o espírito que se vivia antigamente, repleto de rigor, disciplina e orgulho. “Tínhamos que ter as botas sempre a brilhar e estar sempre a rigor. Havia muito respeito e tínhamos muito orgulho de pertencer à EPC e ser militares”. Também natural de Santarém, Paulo Antunes relembra o ambiente de pós-liberdade vivido na altura em que ingressou no exército, salientando que o reencontro também serve para reflectir sobre os valores e os tempos de hoje, pois actualmente “há novos perigos à liberdade que devem assustar toda a gente”.
Mas nenhum destes reencontros aconteceriam sem a persistência de António Ferreira, de 59 anos, responsável por organizar o evento há nove anos. “Isto começou de forma muito modesta. Duas, três pessoas, depois 16 e este ano somos 112! Há quem venha da Bélgica, da Bulgária, de Angola, de propósito só para o evento!”, conta com entusiasmo. Para o antigo operador de transmissões, organizar o encontro é um esforço que faz por paixão, mas que vale sempre a pena, recebendo mensagens de agradecimento todos os anos. Orgulhoso de ter sido o número 1 do ano de 1987, António Ferreira lembra-se de muitas histórias vividas na EPC. Uma delas foi a vez em que, prestes a sair para ver a namorada (hoje sua esposa), foi barrado por um polícia do exército por ter as espadas mal limpas, tendo que voltar para trás, polir tudo e depois tentar outra vez. “Isto era assim, naquela altura não havia facilitismo, mas isso também nos incutiu valores desde cedo”, destaca.
A parte mais cerimonial do evento culminou com a formação de três pelotões, onde cada ex-militar recebeu uma medalha comemorativa, num gesto simbólico que reviveu a disciplina e a postura militar que muitos ainda guardam com orgulho. O convívio prosseguiu em ambiente de verdadeira fraternidade, com um almoço onde já se falou do próximo encontro.

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