Sociedade | 01-06-2025 15:00

Manifestação em Samora Correia contra mesquita agendada para 10 de Junho

Ruben Vicente, eleito independente na Assembleia de Freguesia de Samora Correia, está a organizar uma manifestação marcada para 10 de Junho, em protesto contra a possível instalação de uma mesquita na cidade, num projecto da Associação Ahmadia do Islão em Portugal.

A cidade de Samora Correia vai ser palco de uma manifestação no feriado de 10 de Junho, Dia de Portugal, contra a instalação de uma mesquita na localidade. A concentração, de carácter apartidário, está marcada para as 15h00 no Largo da Igreja e decorre sob o mote “Pelas tradições e costumes”. A iniciativa é promovida por Ruben Vicente, dirigente associativo e eleito independente na Assembleia de Freguesia de Samora Correia desde Fevereiro deste ano, depois de ter deixado de representar o partido Chega, pelo qual foi eleito nas autárquicas de 2021.
O protesto surge na sequência da intenção da Associação Ahmadia do Islão em Portugal de construir um complexo religioso em Samora Correia, num terreno adquirido na Avenida O Século, em frente ao quartel dos bombeiros voluntários. Em declarações a O MIRANTE, Ruben Vicente considera que a instalação de uma mesquita em Samora Correia “não faz qualquer sentido” e defende que o projecto está a ser imposto a uma comunidade que, segundo diz, não o deseja nem o compreende como necessário.
“Penso que é uma vontade de todos, excepto algumas pessoas que possam não estar a par daquilo que é a realidade noutros sítios. Esta mesquita vem para Samora Correia porque em Loures estão a deixar de poder ter lá as coisas deles”, afirma, salientando que a proposta está a gerar contestação entre os habitantes. Na sua perspectiva, o problema não reside na religião em si, mas sim na forma como a mesma se expressa em determinadas práticas sociais e culturais. “Acho que não se enquadra minimamente na nossa zona, na nossa terra e no que é a nossa maneira de estar na vida e na nossa cultura”, frisa.
Reforçando que não pretende pôr em causa qualquer crença, Ruben Vicente questiona o impacto da construção de uma mesquita na vivência quotidiana da freguesia. “Como é que vamos fazer a nossa vida normal dentro de uma situação daquelas? Podem ser as melhores pessoas do mundo, tanto há bons e maus de um lado como do outro, mas faz bastante diferença a uma população que não quer uma mesquita à porta da sua terra”, diz.
O dirigente associativo acrescenta ainda que o projecto poderá atrair uma comunidade que, alegadamente, estará a ser “despachada de outros sítios”, e que a hipotética diversidade de valências do complexo religioso, como uma biblioteca, “é só para inglês ver ou encher chouriços” porque ninguém da população irá frequentar o espaço. Ruben Vicente também critica o que apelida de pouca clareza política em torno da questão, que considera estar a ser empurrada para depois das eleições. “Neste momento ninguém confirmou de forma clara a sua posição. Dizem que depois das eleições se verá. No meu entender, não têm sido claros e têm deixado andar”, lamenta, dizendo esperar que os candidatos às próximas autárquicas se comprometam publicamente quanto à viabilidade do projecto.

Petição ultrapassa 2600 assinaturas
Segundo o presidente da associação, Fazal Ahmad, e já confirmado pelo presidente da câmara, Carlos Coutinho, ainda não deu entrada qualquer pedido de licenciamento, mas está previsto que o projecto seja apresentado ao município depois das eleições autárquicas. Paralelamente, foi lançada uma petição pública intitulada “Contra futuras mesquitas no concelho de Benavente”, que reúne já mais de 2.600 assinaturas.
Para já, a Associação Ahmadia do Islão em Portugal comprou apenas o terreno com o propósito de instalar a sede nacional da associação, que actualmente se localiza na Pontinha, em Odivelas. Na semana passada, um grupo privado nas redes sociais com 20 mil pessoas, que se dedica a partilhar assuntos de interesse sobre a cidade de Samora Correia, recusou um pedido de adesão da Associação Ahmadia do Islão em Portugal.
A adesão do grupo é controlada por administradores que, neste caso, entenderam, numa primeira instância, questionar os membros sobre a aceitação ou não da associação no grupo. Na votação participaram 1052 pessoas, tendo 936 votado que “não, não devem aderir” contra 116 cidadãos que aceitavam o perfil da associação.

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