Moradora de Entre Serras denuncia falta de condições e abandono da aldeia pelo poder local

Sofia Quinas mora em Entre Serras e queixa-se da falta de condições na localidade da freguesia de Mouriscas, no concelho de Abrantes.
A habitante denuncia a falta de identificação das ruas, de rede de esgotos, limpeza urbana, entre outros. A presidente da junta garante ao O MIRANTE que estão em curso algumas melhorias e que a localidade não está esquecida.
Na localidade de Entre Serras, freguesia de Mouriscas, em Abrantes, Sofia Quinas diz sentir-se esquecida, como munícipe, pelas entidades locais. Em declarações a O MIRANTE, queixa-se da ausência de condições básicas, como ruas identificadas, rede de esgotos e estradas pavimentadas. Em resposta, a presidente da junta de freguesia, Carla Filipe, garante que já estão a ser desenvolvidos planos para melhorar as condições da localidade.
Sofia Quinas, de 38 anos, afirma que há mais de cinco anos tem insistido junto da Junta de Freguesia de Mouriscas e da Câmara Municipal de Abrantes para que sejam colocadas placas com os nomes das ruas da localidade, mas sem sucesso. A falta de toponímia em algumas ruas tem-lhe causado diversos transtornos, afirmando que quando recebe encomendas é complicado dar a sua morada e que isso lhe provoca incómodos pessoais e profissionais. A residente denuncia ainda outras carências, como pavimentação de estradas, falta de ecopontos, rede de esgotos e falta locais de lazer decentes. “Não há condições mínimas de morar aqui. Sentimo-nos completamente afastados e desligados do resto do concelho e do mundo. Nem um parque temos. Puseram ali um banco na igreja só porque fiz barulho”, sublinha.
Apesar de valorizar a tranquilidade da zona, Sofia Quinas considera que tem de haver o mínimo de condições para viver, afirmando que alguns serviços municipais nem parecem conhecer a própria localização de Entre Serras. “Na Câmara de Abrantes, acho que quem lá trabalha nem sequer sabe que Entre Serras existe, quanto mais que faz parte do concelho. E cada vez há mais gente envelhecida, se a aldeia não se torna um sítio mais agradável para se viver isto fica deserto”, ressalta.
Contactada por O MIRANTE, a presidente da Junta de Freguesia de Mouriscas, Carla Filipe, reconhece que a freguesia é extensa e composta por vários lugares dispersos, o que dificulta uma resposta imediata a todos os pedidos. No entanto, garante que “todos são valorizados e atendidos de igual modo”. Segundo a autarca, foi aprovado em Fevereiro de 2025, em assembleia de freguesia, um contrato interadministrativo para a requalificação da rede viária, incluindo a intervenção na Rua da Fonte, em Entre Serras. Relativamente à toponímia, a autarca afirma que “as placas de identificação das ruas já estão produzidas”, estando a sua colocação para breve.