Sociedade | 08-06-2025 10:00

Doar sangue no feriado de Quinta-feira da Espiga no Porto Alto

Doar sangue no feriado de Quinta-feira da Espiga no Porto Alto
Carlos Gonçalves, Mário Moreira e Rita Nascimento juntaram-se à dádiva de sangue no Porto Alto

Uma sala simples, cadeiras alinhadas, agulhas preparadas e um ambiente calmo marcado por gestos solidários. Ali não há distinções: bancários, farmacêuticos, gestores e jovens partilham o mesmo propósito: doar uma parte de si em nome de um bem maior. No Porto Alto, numa manhã de feriado, o sangue correu com mais sentido.

Uma dádiva de sangue promovida pela Cruz Vermelha Portuguesa, através do Pólo Social do Porto Alto da delegação de Alenquer, decorreu na manhã de quinta-feira, 29 de Maio, no Centro Social da Comissão de Festas do Porto Alto, com o apoio da Comissão de Festas local. A iniciativa teve lugar em dia de feriado municipal, a Quinta-Feira da Espiga, e reuniu dadores da região, alguns com dezenas de dádivas no historial, todos movidos por um sentimento comum de solidariedade.
Carlos Gonçalves, 56 anos, residente em Samora Correia e bancário em Salvaterra de Magos, é um dos rostos habituais nestas sessões. Com mais de 30 dádivas contabilizadas, começou a doar sangue, a primeira vez no Hospital de Santa Maria, depois de uma pessoa com quem mantinha ligação ter sido diagnosticada com leucemia. “Sei que o meu tipo de sangue, ORh-, tem muita utilidade e, nesse sentido, faço sempre os possíveis para poder dar trimestralmente”, afirma, sublinhando que em sua casa toda a família dá sangue. “Penso que as pessoas estão despertas, mas por vezes a forma como estas iniciativas são divulgadas e os meios postos à disposição não são os mais eficazes”, acrescentou Carlos Gonçalves, inscrito como dador de medula, sugerindo que a marcação prévia poderia ajudar a reduzir tempos de espera e atrair mais dadores.
Também Mário Moreira, 39 anos, do Porto Alto, é dador regular desde os 18 anos. Actualmente gestor comercial, diz que vê o gesto como um “papel de cidadão que desempenhamos de forma activa”. Embora não recorde com precisão a primeira dádiva, lembra-se de que foi no antigo hospital de Vila Franca de Xira e que a sensação foi gratificante. “Quando se aproxima o dia tento sempre espalhar a palavra no círculo familiar e não só, porque também é essencial a divulgação boca a boca”, contou. Mário Moreira destaca ainda a limitação de horários nos hospitais como um obstáculo à adesão, elogiando o facto de a colheita ter ocorrido num feriado municipal. “É algo que se devia replicar”, defende.
Raquel Bastos, farmacêutica de 49 anos, residente em Samora Correia há 25, aproveita sempre o feriado para doar sangue. “É uma acção para o bem de todos. Sinto-me útil em fazê-lo”, afirma, acrescentando que o seu tipo de sangue, ORh+, é um dos mais procurados. “Normalmente, as pessoas têm a intenção de vir, mas falta-lhes tempo. É uma questão de priorizar”, disse.
Rita Nascimento, 22 anos, também de Samora Correia, trabalha em Benavente e destaca a importância de dar sangue “pelo bem maior”. Apesar do nervosismo inicial, afirma que é uma acção que a faz sentir bem. “Sendo para ajudar, venho dar sangue”, refere. A jovem, do grupo sanguíneo AB+, recorda que a primeira dádiva foi no Instituto Português de Oncologia (IPO), em Lisboa, e reconhece que é um tema pouco falado, até mesmo no seio familiar.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1719
    04-06-2025
    Capa Médio Tejo
    Edição nº 1719
    04-06-2025
    Capa Lezíria Tejo
    Edição nº 1719
    04-06-2025
    Capa Vale Tejo