A nova equipa da Delegação de Vila Franca de Xira da Ordem dos Advogados assumiu na tomada de posse para o novo mandato um objectivo claro: reforçar a ligação à comunidade, promovendo uma advocacia próxima, útil e socialmente comprometida. A visão foi avançada na tomada de posse para o mandato 2025-2027, realizada a 5 de Junho no Museu do Neo-Realismo, por Sara Coelho Machado, a nova presidente, que sucedeu no cargo a Renata Costa. “Temos de estar próximo da realidade e na rua. Nada se faz sem a comunidade nem o Direito. Vamos apostar na advocacia de proximidade e continuar a dar continuidade aos projectos sociais que já abraçámos, celebrando também protocolos e parcerias com outras instituições para terem um apoio jurídico sério e para todos”, afirmou. A nova equipa da delegação é composta por Sara Coelho Machado (presidente), Filipe Ferreira Monteiro, Amaro Ramalho e Rosário Feio (vogais).
A nova presidente promete sentar-se à mesa com as associações da cidade para ver como poderão dar um contributo à comunidade e lembrou que a delegação de VFX esteve na génese do muito de bom que se tem feito pela advocacia no país. Sara Machado lembrou ainda a importância da missão social do advogado e que para isso é fundamental envolver a comunidade, não esquecendo voltar a discutir temas estruturantes como a formação contínua para os profissionais e a definição de uma tabela de honorários mínimos a implementar na comarca.
No discurso de despedida, Renata Costa falou da “honra e responsabilidade” que foi liderar a delegação, salientando o compromisso assumido com os princípios da dignidade, do rigor e da proximidade. “Procurámos dignificar a advocacia e promover o acesso à justiça. Servimos com rigor, independência e proximidade”, afirmou, destacando também a aposta na literacia jurídica nas escolas, para formar “cidadãos livres, formados e críticos”.
O bastonário da Ordem dos Advogados, João Massano, elogiou o trabalho da anterior presidente, realçando as iniciativas de ligação à comunidade e o investimento feito na literacia jurídica, que considerou “fundamental”. Reforçou ainda que “advocacia sem comunidade não existe” e defendeu uma classe mais interventiva e presente. “Temos obrigação de estar na comunidade, fazer-nos notar e ouvir as pessoas”, avisou.

Situação na AIMA é “vergonhosa”

No seu discurso João Massano, bastonário da Ordem dos Advogados, criticou o que está a acontecer actualmente com o tratamento dado às minorias e aos migrantes, lembrando a situação “vergonhosa” que actualmente está a acontecer nas instalações da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). “Veja-se a forma como tratam os imigrantes, vergonhosa, à porta da AIMA, não é digno. De todos os serviços públicos neste momento, e é difícil apontar um que funcione correctamente, a AIMA é o pior. Preocupa-me muito. Tenho escritório pouco acima da AIMA e todos os dias vejo aquele espectáculo deprimente, de pessoas a dormir à porta para conseguirem ter vaga. É triste ver isto num Estado como Portugal. Este desrespeito não é bom para ninguém. Nunca pensei que isto pudesse acontecer e não podemos ficar insensíveis”, criticou.