Barco varino Liberdade volta a hastear a bandeira azul para celebrar a sustentabilidade ambiental

Construído em 1945 em Abrantes, inicialmente com o nome Campino, o varino foi concebido para o transporte de mercadorias no Tejo.
O barco varino Liberdade, propriedade da Câmara de Vila Franca de Xira, voltou a erguer a Bandeira Azul para embarcações de recreio, num gesto simbólico que reafirma o seu compromisso com a sustentabilidade e a educação ambiental. A cerimónia do hastear da bandeira decorreu no cais de Vila Franca de Xira, a bordo do próprio varino, tendo contado também com a assinatura do Compromisso do Código de Conduta Ambiental, reforçando os valores que sustentam a atribuição deste galardão.
A Bandeira Azul, promovida pela Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação, reconhece a excelência das embarcações de ecoturismo que cumprem cinco critérios principais: gestão ambiental, educação ambiental e informação, segurança e serviços, responsabilidade social e respeito pela vida selvagem.
A distinção integrou-se nas comemorações do 48º aniversário da constituição da Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET). A Comissão de Cogestão da RNET organizou diversas actividades para assinalar a data, entre elas uma visita guiada no varino Liberdade, com percurso em torno do Mouchão de Alhandra, que contou com o apoio científico da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA). O evento contou também com a participação da Câmara de Benavente e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), num esforço conjunto para valorizar e proteger os ecossistemas únicos do estuário do Tejo.
O varino Liberdade é uma embarcação tradicional do rio Tejo, com grande valor histórico e cultural para o concelho de Vila Franca de Xira. Construído em 1945 em Abrantes, inicialmente com o nome Campino, o varino foi concebido para o transporte de mercadorias no Tejo, aproveitando o seu casco de fundo chato e proa redonda, ideais para navegar em águas pouco profundas. Com 18 metros de comprimento e 40 toneladas de peso, o barco possui duas velas distintas, incluindo uma vela latina quadrangular que lhe confere o aspecto típico dos varinos.
Ao longo das décadas o barco teve várias utilizações, como o transporte de lixo de Lisboa para a margem sul e, mais tarde, o transporte de sal no rio Sado. Só em 1988, precisamente a 25 de Abril, a Câmara de Vila Franca de Xira o recuperou, restaurando-o e atribuindo-lhe o nome Liberdade com capacidade para 40 passageiros. Hoje, o barco é um símbolo da identidade local e funciona como núcleo museológico integrado no Museu Municipal de Vila Franca de Xira. Entre Março e Outubro, está disponível para visitas e passeios, promovendo o património fluvial e a educação ambiental junto de escolas, turistas e restante população.