Sociedade | 15-06-2025 15:00

Futuro do antigo cinema de Aveiras de Cima continua por definir

Futuro do antigo cinema de Aveiras de Cima continua por definir
Edifício do antigo cinema de Aveiras de Cima encontra-se devoluto e em avançado estado de degradação - foto O MIRANTE

Município de Azambuja comprou o edifício do antigo cinema de Aveiras de Cima há quase sete anos, mas continua sem saber o que fazer com ele. Já avançou e recuou com um projecto para o reconverter num centro cultural, reservou verbas em orçamentos para o recuperar e equacionou um referendo. Em final de mandato o impasse continua.

O impasse arrasta-se há vários anos e não há, para já, sinais de fumo branco para o futuro do antigo cinema de Aveiras de Cima. A Câmara de Azambuja comprou o edifício icónico, situado no Largo da República, no centro da vila, em 2018, por 282 mil euros, com a intenção de o requalificar e reconverter num centro cultural. E chegou mesmo a avançar com o projecto, entretanto suspenso após terem sido solicitadas alterações que iriam custar mais. O presidente da Junta de Aveiras de Cima, António Torrão, diz que não se percebe como é que o município, depois de ter “investido dinheiro dos contribuintes” na compra do edifício e da elaboração do projecto, “por uma diferença de 20 mil euros”, devido a alterações, o tenha mandado parar.
António Torrão, que vai ser candidato pela CDU à Câmara de Azambuja nas próximas autárquicas, diz que este é mais um exemplo do Partido Socialista a “empurrar Aveiras de Cima em sentido contrário”, mantendo em futuro incerto um edifício de “grande simbolismo” para os habitantes da freguesia. “Alguns de nós foi ali que fomos pela primeira vez a uma sala de cinema, numa altura em que não as havia em Azambuja ou Vila Franca de Xira, e havia apenas em Santarém. Éramos uma vila encravada no meio de um concelho que tinha cinema e isso enchia-nos de orgulho”, refere a O MIRANTE.
Além disso, defende, o concelho de Azambuja precisa de uma sala que possa receber espectáculos e outras iniciativas. “Devemos ser dos poucos concelhos que não tem um auditório em condições e que está dependente do centro paroquial ou da Casa do Povo de Aveiras de Cima para receber iniciativas em espaço fechado”, diz. O antigo cinema, acrescenta António Torrão, poderia ser também “um local digno” para a realização das sessões de assembleia municipal, onde os eleitos pudessem ter gabinetes e assim desenvolver um “trabalho mais próximo das pessoas”.
António Torrão critica ainda o município por não ter sabido aproveitar candidaturas a fundos comunitários na área da cultura que financiassem, pelo menos uma parte, da obra. Mas, para isso, sublinha, tinham de ter o projecto concluído.

Presidente do município a pensar no assunto
O assunto veio à baila numa das últimas reuniões do executivo camarário pela voz da vereadora do Chega, Inês Louro, que lembrou o presidente do município de que está pendente a decisão sobre o futuro daquele edifício. “Falou na eventualidade de um referendo popular. À data de hoje já tem alguma ideia definida sobre o que será o futuro daquele espaço?”, questionou.
Em resposta, o presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio (PS), disse que não tinha nada para dizer sobre o assunto, no qual irão pensar. O autarca socialista, recorde-se, era vereador e vice-presidente do município no mandato anterior, liderado por Luís de Sousa, no qual foi aprovada e efectivada a compra do antigo cinema a um privado que tinha intenção de ali construir um bloco de apartamentos, projecto que nunca avançou.
No ano anterior, em Julho, o tema também esteve em discussão levado pelos eleitos do PSD à Assembleia Municipal de Azambuja. Os sociais-democratas pediram à Câmara de Azambuja vários documentos e explicações sobre o motivo de não terem sido feitas obras no edifício do antigo cinema, num ano em que o orçamento municipal contemplava uma verba de 37 mil euros para obras de reabilitação, tal como em 2023 e 2022. Em 2021 a verba alocada era de cerca de 270 mil euros.

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