Sociedade | 16-06-2025 11:32

Azambuja alerta ministra da Saúde para o problema da falta de médicos

Azambuja alerta ministra da Saúde para o problema da falta de médicos

No concelho de Azambuja 91% dos utentes não tem médico de família atribuído. Município denuncia a ineficácia do actual modelo de colocação de profissionais e pede medidas urgentes à tutela.

Dos 18.706 utentes inscritos nas unidades de saúde do concelho de Azambuja, apenas 1.670 têm médico de família atribuído, o único que actualmente presta funções em todo o concelho. O problema não é novo mas sua gravidade e falta de solução levou a Câmara de Azambuja a enviar uma carta à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, na qual se exige “medidas urgentes”.
Na missiva, a autarquia presidida por Silvino Lúcio, sublinha a “inaceitável escassez de médicos de família, a ineficácia do actual modelo de colocação de profissionais” e volta a solicitar uma reunião urgente com a ministra, para procurar “soluções concretas para um problema que afecta milhares de pessoas”.
O documento destaca que apesar da abertura de concursos públicos pela Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo, nenhum dos profissionais colocados tem escolhido Azambuja como local de trabalho, o que “reflecte uma falha grave no actual modelo de distribuição de médicos”. Uma competência exclusiva do Ministério da Saúde, que na opinião do município “não pode continuar a depender da vontade individual dos profissionais em detrimento das necessidades reais das populações”.
Segundo a Câmara de Azambuja, cerca de 91% da população daquele concelho não tem médico de família atribuído. Um cenário que se agrava ainda mais, destaca o município em comunicado, “tendo em conta o elevado envelhecimento da população, com muitos cidadãos dependentes de acompanhamento clínico regular”.
O município, recorde-se, implementou em 2023 o Regulamento de Apoio à Fixação de Médicos, com incentivos concretos à sua instalação no concelho, numa tentativa de conseguir captar profissionais de saúde da especialidade de Medicina Geral e Familiar. No concelho está também em marcha a reabilitação do Centro de Saúde de Alcoentre e o projecto Bata Branca.
Município quer extensões de saúde a funcionar
Na carta enviada, o município reivindica ainda a reabertura das Extensões de Saúde de Alcoentre e Aveiras de Baixo, como resposta de proximidade para as populações locais, considerando que é o seu não funcionamento é insustentável e discriminatório. “O Ministério da Saúde tem a responsabilidade última de garantir o acesso à Saúde, em condições de igualdade em todo o território nacional”, refere a autarquia.
O presidente do município, Silvino Lúcio, que assina a missiva, lamenta ainda que depois de ter solicitado uma reunião com a ministra em 2024 tenha sido “recebido apenas pela chefe de gabinete da Secretária de Estado”. Algo que considera como uma “resposta institucional profundamente desrespeitosa - não apenas para com a autarquia, mas sobretudo para com os 18.706 cidadãos do concelho de Azambuja, que têm direito a ser ouvidos e tratados com a dignidade que lhes é devida”.

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