Falta de médicos em Abrantes é preocupante e executivo trabalha para atenuar problemas
Falta de médicos de família em Abrantes esteve no centro do debate na reunião camarária de 27 de Maio, com o vereador Vasco Damas a alertar para o agravamento da situação e com o presidente da câmara, Manuel Valamatos, a defenderem o trabalho da autarquia, apesar dos constrangimentos nacionais.
Na última reunião camarária de Abrantes, a carência de médicos de família, que assola vários concelhos do país, foi tema de debate entre os autarcas. O tema surgiu com o vereador Vasco Damas, do movimento ALTERNATIVAcom, que alertou para o agravamento da falta de médicos de família no concelho, apontando o problema como “um retrocesso social” sem solução à vista. O presidente da câmara, Manuel Valamatos, rejeitou a ideia de falta de acção do município, salientando os esforços e medidas aplicadas pela autarquia.
Vasco Damas usou da sua palavra para lamentar que a proposta apresentada pelo seu movimento em 2021, com várias medidas para melhorar o acesso aos cuidados de saúde primários, tenha sido chumbada pelo executivo. O autarca afirma que a proposta incluía, entre outros pontos, a avaliação rigorosa das necessidades médicas nas 13 freguesias, o reforço de serviços de proximidade e a criação de unidades móveis de saúde.
Manuel Valamatos (PS) rejeitou a ideia de que o executivo não quis ouvir a proposta e que tem havido falta de acção nesta área, destacando que Abrantes tem feito “um esforço incrível” para criar condições para a fixação de médicos de família, enumerando que foi o município que fez as Unidades de Saúde Familiar de Dom Francisco de Almeida e da Beira Tejo e que está actualmente a construir a Unidade de Saúde Familiar Norte e a requalificar e ampliar o Pólo de Saúde de Alferrarede. “Os incentivos aos médicos de família que nós temos são exemplares. Têm corrido muitos concelhos vizinhos como exemplo e julgo que temos feito um trabalho de grande colaboração, de grande sentido de ajuda”, destaca. O autarca sublinhou também que apesar dos esforços do município, a colocação de médicos e enfermeiros continua a depender do Governo e que devem haver mais medidas nacionais e universais para a resolução do problema.
A vereadora Raquel Olhicas detalhou os números e a realidade actual da cobertura médica no concelho. Segundo explicou, apesar de existir cerca de 10% da população sem médico de família atribuído, isso não significa que a mesma esteja sem acesso a cuidados médicos. “Temos actualmente 14 médicos de família e a isto juntam-se os médicos em regime de prestação de serviço que, embora não integrem oficialmente o ficheiro de médicos de família, prestam praticamente os mesmos cuidados”, explicou. A vereadora destacou ainda que, em várias freguesias, como Carvalhal, São Miguel, Mouriscas, Martinchel, Pego e Alvega, há cobertura médica, ainda que não seja diária e, que o número real de pessoas sem qualquer acesso a cuidados médicos é “muito residual”.