Sociedade | 17-06-2025 18:00

Moradores do Foro do Sabino receiam expansão empresarial junto ao aglomerado populacional

Moradores do Foro do Sabino receiam expansão empresarial junto ao aglomerado populacional
Jordão Gouveia, em representação dos proprietários de Foro do Sabino, em Benavente, pede reclassificação do solo rústico para urbano - foto O MIRANTE

Moradores e proprietários do Foro do Sabino, no concelho de Benavente, manifestam preocupação com o futuro do lugar onde vivem, face à expansão de uma área de 100 hectares destinada a actividades económicas que confina com aquela zona.

Os residentes e proprietários do Foro do Sabino, no concelho de Benavente, estão preocupados com a proximidade de uma zona de expansão para actividades económicas que poderá acolher empresas de logística e indústrias potencialmente ruidosas. A questão foi expressa durante a última sessão de câmara, onde um representante dos moradores apelou à reclassificação da área como zona urbana de expansão, à semelhança do que aconteceu com a Coutada Velha.
A zona em causa está classificada, no Plano Director Municipal (PDM), como destinada a actividades económicas e abrange cerca de 100 hectares junto à Estrada Nacional 118-1, confinando com o Foro do Sabino. O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), reconhece como “legítimas” as preocupações da população, referindo que as questões do ruído e da eventual poluição terão de ser acauteladas na fase de licenciamento de qualquer actividade. “O princípio da câmara municipal é não aceitar actividades poluentes. Sempre o fizemos e é para continuar. A questão do ruído é mais difícil de salvaguardar, mas há sempre medidas mitigadoras”, afirmou.
O autarca sublinhou que os aglomerados urbanos estão, em regra, associados a manchas coesas de solo urbano, o que não é o caso do Foro do Sabino, que surgiram de um processo de parcelamento. Ainda assim, admite que a zona poderá vir a ser considerada como área urbana numa futura revisão do Plano Director Municipal (PDM), desde que respeitada a legislação, nomeadamente a lei da floresta e da prevenção de incêndios.
Do lado dos moradores, o porta-voz Jordão Gouveia pediu a reclassificação do solo de rústico para urbano, permitindo a construção de mais habitações, ultrapassando restrições como a obrigatoriedade de afastamento de 50 metros das extremas. “Queremos que a câmara classifique o Foro do Sabino como espaço residencial de expansão, como se fez na Coutada Velha”, defende.
Segundo Jordão Gouveia, os 28 lotes de terreno que compõem o Foro do Sabino têm áreas entre os 5.000 e os 20.000 metros quadrados, mas muitos proprietários têm alguma dificuldade em construir devido aos constrangimentos legais. “O meu lote tem 20 mil metros, mas a maioria tem 5, 10 ou 15 mil e não conseguem manter o afastamento do limite de propriedade. Passando de solo rústico para urbano permite essa liberdade”, adianta.
Recorde-se que o PDM impõe para edificação no espaço florestal um afastamento mínimo de 50 metros aos limites do terreno, incluindo todo o tipo de instalação. Outro ponto sensível prende-se com a falta de infra-estruturas básicas. O aglomerado populacional não possui esgotos nem água canalizada, denunciou o morador.
No dia 24 de Maio, 20 proprietários reuniram-se para discutir o assunto, tendo apenas sete faltado ao encontro. Todos os presentes manifestaram-se a favor da transformação da zona em solo urbano. Após a sessão camarária, foi entregue nos serviços urbanísticos um documento com as especificações dos lotes e o pedido formal para essa reclassificação.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1720
    11-06-2025
    Capa Médio Tejo
    Edição nº 1720
    11-06-2025
    Capa Lezíria Tejo
    Edição nº 1720
    11-06-2025
    Capa Vale Tejo