Sociedade | 30-06-2025 07:00

As histórias de quem mudou de vida em busca de bem-estar

As histórias de quem mudou de vida em busca de bem-estar
Isabel Pena e João Carreira - foto O MIRANTE

Wellness Weekend celebrou o “Tempo de Ser” em Tomar. O programa incluiu uma variedade de terapias, workshops, práticas de bem-estar e momentos de introspecção. O MIRANTE esteve na Mata Nacional dos Sete Montes, onde decorreu o evento, e conversou com alguns participantes que decidiram mudar de vida em busca de bem-estar.

A quarta edição do Wellness Weekend celebrou o “Tempo de Ser” em Tomar. O evento, que decorreu na Mata Nacional dos Sete Montes, afirma-se como um importante contributo para a fixação de serviços de bem-estar na comunidade. Ao longo de dois dias, o programa incluiu uma grande variedade de terapias, workshops, práticas de bem-estar e momentos de introspecção. A edição deste ano convidou à reflexão sobre a urgência de abrandar o ritmo da vida moderna, valorizando o momento presente e reencontrando o equilíbrio entre corpo, mente e espírito.
João Carreira, 39 anos, e Isabel Pena, 54 anos, participam na iniciativa desde a primeira edição. São um casal e trabalham com o “movimento da alma”. Em conversa com O MIRANTE, explicam que o “movimento da alma” consiste numa reunião em círculo onde há partilhas e comunicação entre pessoas, cujo objectivo é que uns possam ajudar outros através da troca de ideias. “Lembro-me de fazer isto com os meus avós à volta do fogo, ainda não tinha televisão na altura. No fim-de-semana, ao final do dia, partilhávamos e falávamos”, recorda João Carreira.
O casal criou o projecto CurAlma, tendo um espaço em Cerejeira, concelho de Tomar, que é casa e ao mesmo tempo local de trabalho. Têm eventos todos os fins-de-semana e durante a semana abrem para sessões individuais ou em casal. João Carreira e Isabel Pena afirmam que o projecto está a correr muito bem, havendo uma grande adesão, com pessoas a virem de Tomar, Torres Novas e até de Lisboa. Recuando no tempo, João Carreira explica que o seu início no mundo do bem-estar surgiu de uma grande volta na sua vida. “Estava a trabalhar na área de informática, muito obeso, a cair o cabelo todo… Pensei que não estava bem e que tinha de mudar, comecei então a minha busca”, refere.
Aos 27 anos, João Carreira começou a praticar pinturas de mandalas e reiki e nunca mais parou. “Comecei a sentir-me preenchido, já não precisava de dietas para perder peso e o cabelo deixou de cair. Alterei também os meus hábitos de alimentação. Fumava e bebia e de um dia para o outro deixei tudo. Mais tarde também deixei de comer carne e peixe”, conta. Também Isabel Pena mudou de vida. Trabalhou durante 20 anos na Câmara de Torres Novas, encontrou o yoga e diz que foi o “clique”. “Depois percebi que desenhava mandalas. Eu nem sabia o que era, desde pequena que desenhava mandalas, comecei a entrar por aí e cheguei ao ponto de não ter tempo para o trabalho na câmara”, menciona.

Ajudar mulheres a atravessar processos de luto
Paula Ferreira, 59 anos, esteve no evento no ano passado e decidiu voltar este ano. Trabalha com óleos essenciais, faz terapias através da aplicação dos óleos em massagens, com o objectivo de ajudar a reequilibrar o organismo. “Os óleos entram dentro da corrente sanguínea e vão aos diversos órgãos para reparar alguma coisa que não esteja a funcionar muito bem”, explica. Paula Ferreira conta que foi emigrante na Suíça durante 30 anos, trabalhou em limpezas, tomou conta de crianças, trabalhou em supermercados e na venda em geral. “Fazia porque tinha que fazer, mas nunca me senti muito realizada”, confessa. Em 2020, em plena pandemia, juntamente com o marido, pensaram que estava na altura de regressar a Portugal para gozarem a vida depois de tantos anos de sacrifícios e de trabalho. “O meu marido ainda conseguiu gozar um bocadinho da vida, mas acabou por falecer no início deste ano depois de ter tido um AVC. Agora também ajudo mulheres que estão a atravessar processos de luto”, menciona.
Paula Ferreira recorda que os óleos essenciais apareceram na sua vida aos 45 anos, quando ficou muito doente. “Tenho artrose generalizada e fiquei com o nervo ciático preso numa artrose que tenho na coluna. Quase não conseguia andar. O médico disse que daqui a uns anos ia estar numa cadeira de rodas, eu disse que não e comecei a procurar soluções naturais”, explica. Começou a aplicar os óleos essenciais em si e diz que sentiu melhoras, mais tarde fez uma formação de massagens e decidiu que estava na altura de fazer aquilo que realmente gostava, sendo hoje a sua única ocupação profissional. Paula Ferreira fazia as consultas na sua casa, em São Pedro de Tomar, estando actualmente à procura de um novo espaço em Tomar, porque decidiu sair de casa depois da morte do marido. Esteve seis meses parada, devido ao luto, e agora afirma que está pronta para voltar ao trabalho.

Paula Ferreira - foto O MIRANTE

Presidente da câmara quer que Tomar seja território de bem-estar

Na inauguração do Wellness Weekend, o presidente da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão (PS), afirmou que pretende fazer de Tomar um território de bem-estar, “onde estas questões ligadas à saúde, à cultura, à natureza, ao património, se congregam para que todos tenhamos efectivamente uma vida mais preenchida e com valor acrescentado”.
O autarca frisou ainda que pretende que Tomar tenha todas estas ofertas não apenas em momentos especiais, mas em todos os dias do ano. O Wellness Weekend foi organizado pelo Grupo de Trabalho da Rede de Turismo de Bem-Estar, Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte e Câmara de Tomar.

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