Sociedade | 30-06-2025 10:00

FeirOurém é uma oportunidade para novos negócios de proximidade

FeirOurém é uma oportunidade para novos negócios de proximidade
TEXTO COMPLETO DA EDIÇÃO SEMANAL
Helena Reis, 46 anos, e Margarida Moura, 64 anos - foto O MIRANTE

Certame assume-se como um evento emblemático em Ourém que pretende recuperar usos, costumes e tradições. Ao longo dos cinco dias da FeirOurém 2025, os visitantes tiveram à disposição uma mostra do sector empresarial, artesanato e representações das instituições locais, num total de mais de cem expositores.

A FeirOurém é uma montra para novos negócios locais. O certame, que se realizou no Parque da Cidade António Teixeira e no Centro Municipal de Exposições, em Ourém, assume-se como um evento emblemático que pretende recuperar usos, costumes e tradições. Ao longo dos cinco dias de FeirOurém 2025, os muitos visitantes tiveram à disposição mostras de actividades económicas, de artesanato e representações das instituições locais, envolvendo mais de uma centena de expositores. O MIRANTE esteve presente no evento e conversou com comerciantes que criaram recentemente os seus negócios.
Ana Pereira, 48 anos, esteve na FeirOurém pela terceira vez com o seu negócio de bolachas artesanais “Trincanelas”. O negócio consiste em bolachas feitas por si com diferentes sabores. Diz que partiu de uma brincadeira e tornou-se um vício. Começou a vender as bolachas há dois anos nos Mercados Ecorurais de Ourém e nunca mais parou, encarando o negócio como um part-time. “Tinha que aumentar os rendimentos de alguma forma, não sabia bem como, porque tinha dois filhotes e não queria arranjar um part-time fora de casa, como já fazia as bolachas e as pessoas adoravam decidi avançar com o negócio”, refere.
Ana Pereira trabalha há 23 anos como assistente dentária num consultório em Ourém, estando a aguardar que a patroa se reforme para se dedicar totalmente ao negócio das bolachas. “Sou assistente dentária 10 horas por dia e a seguir vou para casa fazer as bolachas, normalmente faço durante a noite porque gosto do sossego”, menciona. Com uma vida muito agitada, assume que muitas vezes se sente cansada. “Costumo dizer que as bolachas são o meu antidepressivo. Às vezes saio do consultório com a cabeça feita em água, chego a casa, vou fazer as bolachas, e é uma forma de me distrair e desanuviar”, confessa.
Afirma que sempre gostou de fazer doces. As primeiras bolachas que fez, há muitos anos, foram com base num livro de receitas infantil. Depois foi experimentando e criando novas. Assume que as bolachas que vende mais actualmente são as de coco e cacau, uma inovação recente, mas os sabores são diversos, desde frutos secos, como amêndoa, girassol e noz, até ao café. Ana Pereira é filha de feirantes, os seus pais vendiam roupa no mercado semanal. Recorda que as suas férias não eram passadas na piscina ou na praia, mas sim nas feiras. Embora esteja pelo terceiro ano na FeirOurém a vender bolachas, já participou muitas vezes em anos anteriores com outros negócios.

Pintura é uma terapia para a doença
Margarida Moura, 64 anos, e Helena Reis, 46 anos, participaram na FeirOurém pela primeira vez. São amigas e fazem peças de arte decorativas. Margarida Moura já pinta há muitos anos, mas Helena Reis começou apenas em Dezembro do ano passado. Margarida Moura conta que começou por ter aulas de pintura em Tomar, passando depois para Leiria. “Um dia a Helena cansada de estar em casa, perguntou-me como é que funcionavam as pinturas e começou a ir às aulas comigo, umas vezes leva ela o carro, outras vezes levo eu”, refere Margarida Moura.
Helena Reis tem muito tempo livre porque sofre de atrofia muscular, uma doença genética. “Ainda cheguei a trabalhar, mas fiquei reformada por invalidez já há alguns anos. Agora tenho aqui uma ocupação nova. É uma terapia, enquanto conseguir ir fazendo é óptimo”, realça. Além da doença, ainda teve um acidente de trabalho há muitos anos que lhe provocou derrames e fracturas no crânio, tendo deixado sequelas.
Por outro lado, Margarida Moura sempre trabalhou na Infraestruturas de Portugal e empresas antecessoras. “Estive muitos anos em Lisboa, ia e vinha todos os dias. Após a pandemia vim para o Entroncamento. Eu só pintava de vez em quando e aos sábados é que ia às aulas. Depois da pandemia comecei a dedicar-me mais à pintura”, conta. Helena Reis tem-se dedicado a pintar em madeira e vidro, como taças, garrafões, tábuas e caixas, enquanto Margarida Moura pinta a óleo e acrílico, além de fazer renda e aproveitar material reciclado, como garrafas.

Ana Pereira, 48 anos - foto O MIRANTE

Presidente da Câmara de Ourém destaca crescimento do certame

A inauguração da FeirOurém 2025 contou com a presença do presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque (PSD). O autarca deu as boas-vindas a todos os participantes e regozijou-se com o crescimento do evento, que este ano contou com duas grandes novidades: a Tenda Anima, com actividades e espaços de diversão para os mais novos, e o Espaço Ourém Quer-te Bem, dedicado à promoção do território e dos produtos locais. A abertura do recinto teve ainda o acompanhamento da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Ourém.

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