Autocarro abandonado em Samora Correia suspeito de servir para actividades ilícitas

Presidente da Junta de Freguesia de Samora Correia afirma ter alertado a Câmara de Benavente por três vezes para a remoção de um autocarro abandonado no espaço público. Há relatos de estar a ser alegadamente usado para consumo de estupefacientes.
Um autocarro em aparente estado de abandono está a causar preocupação na freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, tendo sido apontado como possível local de consumo de substâncias proibidas. O caso foi levantado na sessão da Assembleia de Freguesia de Samora Correia de Junho, pelo eleito Luís Valente, do Chega.
“Senhor presidente, não sei se é do seu conhecimento que está um autocarro abandonado em frente às antigas instalações da serração. Aquilo está vandalizado e, segundo me disseram, está a servir para irem lá consumir substâncias proibidas. Gostava que tirassem diligências para que retirassem de lá o autocarro”, disse Luís Valente
O presidente da junta, Augusto Marques (CDU), respondeu que a situação não é nova e que já reportou o caso em três ocasiões à Câmara Municipal de Benavente, sem obter resposta concreta. “Vou voltar a comunicar à autarquia. Alertou-me para uma situação que pode pôr em risco a saúde pública. Estive lá há pouco tempo a rondar o autocarro para perceber se havia algum tipo de tentativa de vandalismo ou incêndio, mas não me apercebi”, disse. O autarca acrescenta que reforçará o pedido junto do município após ser confrontado com a informação de que o veículo poderá estar a ser usado para consumo de drogas.
O MIRANTE esteve no local e constatou que o autocarro está estacionado na Rua Alexandre Herculano, junto à travessa com a mesma designação, ocupando indevidamente cinco lugares destinados a veículos ligeiros. A carroçaria branca apresenta sinais evidentes de degradação e vandalismo: um graffiti, pintura estalada, jantes removidas e chapas metálicas danificadas e prestes a soltar-se, incluindo na zona de bagagem.
O veículo exibe dois avisos de estacionamento abusivo, ambos colados em folhas A4 já ilegíveis, colocados no vidro frontal e na porta do condutor. São ainda visíveis informações, em castelhano, que a viatura possui travões ABS, ar condicionado, frigorífico, vídeo, lugares reclináveis, som estéreo e luz individual em cada assento.
O autocarro pertence ao Grupo Irizar, um fabricante espanhol, e tem identificação da empresa Oliveira Tur, sediada na localidade de Beirão, em Marvão. Contudo, apurou O MIRANTE, o pesado terá sido vendido há cinco anos à empresa Transgémeas, com sede em Vila Franca de Xira, cujo logotipo também permanece visível na frente do veículo. O nosso jornal verificou ainda que a última apólice de seguro conhecida do autocarro expirou a 1 de Agosto de 2022.