Volta à discussão a criação de gabinete de apoio psicológico para jovens de Abrantes

Na última Assembleia Municipal de Abrantes, João Mira, em representação da JSD, alertou para os desafios referentes à saúde mental dos jovens e pediu que o executivo considere a proposta da criação de um gabinete de trabalho para atenuar o problema.
João Mira, em representação da Juventude Social Democrata (JSD) de Abrantes, voltou a pedir a criação de um gabinete municipal de apoio psicológico para jovens durante a Assembleia Municipal de Abrantes, realizada a 20 de Junho. O jovem afirma que a proposta foi apresentada no âmbito do Orçamento Municipal para 2024 e foi rejeitada pelo executivo, porém a estrutura juvenil insiste na sua pertinência.
Na sua intervenção, João Mira salientou que muitos jovens não têm condições para pagar consultas privadas nem podem esperar meses por atendimento no SNS, frisando que a criação de um gabinete de apoio psicológico é uma política com o verdadeiro propósito de cuidar das pessoas. O jovem reforçou os argumentos com dados concretos, apontando que Portugal é o segundo país da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) onde os jovens mais consomem antidepressivos e que mais de metade dos universitários está em situação de burnout, com 40% a consumir psicotrópicos. “É exagerado querer ajudar a saúde mental dos jovens? Ou será mais confortável fingir que este problema não existe só porque esta proposta vem por parte da JSD? A nós não nos move a vaidade política, move-nos a urgência de agir e que esta proposta seja implementada, seja por que partido for”, frisa.
O presidente da câmara municipal, Manuel Valamatos (PS), reconheceu a relevância do tema e classificou a saúde mental como uma questão emergente que afecta não só os jovens, mas toda a sociedade. No entanto, lembrou que a área da saúde não é da competência directa das autarquias e defendeu que o papel dos municípios é o de colaborar com as entidades competentes, como a Unidade Local de Saúde (ULS), para encontrar soluções conjuntas. O autarca garantiu que tanto o município como a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo estão empenhados em encontrar respostas adequadas para os desafios da saúde mental.