Sociedade | 13-07-2025 15:00

Terminal Fluvial da Castanheira promete revolucionar transporte de mercadorias no Tejo

Terminal Fluvial da Castanheira promete revolucionar transporte de mercadorias no Tejo
Primeira pedra do Terminal Fluvial da Castanheira do Ribatejo foi lançada na tarde de segunda-feira, 7 de Julho - foto O MIRANTE

Infraestrutura vai retirar todos os dias das estradas da região entre 100 e 400 camiões e a obra de 11 milhões de euros já foi adjudicada ao grupo Mota Engil. Primeira pedra do Terminal Fluvial da Castanheira do Ribatejo foi lançada na segunda-feira, 7 de Julho, onde se ouviram pedidos ao Porto de Lisboa para que proceda ao desassoreamento do rio Tejo entre Alhandra e Castanheira do Ribatejo.

Quase década e meia depois de ter sido idealizado, e de muitos avanços e recuos, o Terminal Fluvial da Castanheira do Ribatejo vai mesmo avançar e a primeira pedra foi colocada na tarde de segunda-feira, 7 de Julho. O novo terminal de movimentação de contentores – que promete retirar das estradas da região entre 100 e 400 camiões por dia – vai custar 11 milhões de euros e a obra foi adjudicada a 6 de Junho à Mota Engil, com um prazo de execução de um ano. É um investimento totalmente privado, dos grupos ETE e Pousadinha.
A infraestrutura terá uma área de 2 hectares com capacidade para 300 contentores mas vai crescer à medida das necessidades. Incluindo a possibilidade de serem criados serviços de reparação e manutenção naval no local. Numa primeira fase, explicou Andreia Ventura, administradora do grupo ETE, prevê-se uma movimentação fluvial entre o porto de Lisboa e Castanheira do Ribatejo superior a 2.500 toneladas de carga por dia, transportadas pelo rio Tejo em quatro barcaças com 100 contentores cada. “Serão muitos camiões que retiraremos das ruas e isso contribuirá para a sustentabilidade ambiental da região. Num ano permitirá a redução de mil toneladas de emissões de CO2. Este terminal é determinante para a região mas também para o País”, defendeu.
Dos 11 milhões de investimento seis milhões serão directamente gastos na concretização da obra e o restante em equipamento, a maioria eléctrico, mais amigo do ambiente. Hoje, cerca de 85% das mercadorias movimentadas no porto de Lisboa têm como origem ou destino as plataformas logísticas de Castanheira do Ribatejo e Azambuja. Por isso, João Folque, administrador do grupo Pousadinha, frisa que o desassoreamento do rio deve ser uma prioridade futura.
“Este porto pode ser muito mais importante e usado no panorama nacional, criando uma carreira de navios de Sines para a Castanheira e não para o porto de Lisboa, se a Infraestruturas de Portugal e o porto de Lisboa derem andamento à dragagem do rio junto da zona de Alhandra até à Castanheira, que é a única coisa que nos impede de trazer navios de maior calado que possam fazer transportes em mar de Sines até aqui. Estamos a falar de embarcações como as que se usam no rio Reno na Alemanha, próprias para calados pequenos mas que podem perfeitamente funcionar aqui”, referiu João Folque.

Vila Franca de Xira viu oportunidade
Para Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, o novo terminal representa mais uma oportunidade de crescimento para o território, onde se prevê a criação de 50 postos de trabalho directos e outros 200 indirectos. E mantém a convicção que o rio Tejo tem um forte potencial para crescer e ser alternativa à rodovia. “Estamos disponíveis para continuar a fazer a nossa parte. Este é um dia muito importante para o concelho e toda a região de Lisboa. Representa um ponto de chegada depois de anos de trabalho, de diálogo e negociações sérias entre os governos de Portugal e o município. É o ponto de partida para concretizar uma nova forma de funcionamento do sistema logístico metropolitano”, defendeu.
Já Hugo Espírito Santo, secretário de Estado das Infraestruturas, elogiou o projecto por ser marcante para o transporte fluvial nacional. “Os portos têm de ser um motor da logística nacional, não podem ser estruturas a definhar no que diz respeito ao volume de carga”, defendeu. O governante disse esperar que o futuro alargamento da Linha do Norte seja a oportunidade de ligar a plataforma logística da Castanheira à ferrovia e elogiou o eixo Loures-VFX-Carregado-Azambuja como o “espaço de referência logístico” da movimentação e exportação de bens na zona da Área Metropolitana de Lisboa.

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