Condenados em penas suspensas por vingarem a tiro expulsão de festa de aniversário
O caso ocorreu em Azervadinha na sequência de um desentendimento numa festa de aniversário, em que o homem que fazia anos meteu na rua um dos convidados. O expulso e elementos da sua família foram tentar matar o aniversariante disparando tiros de um carro na sua direcção. Só não o atingiram porque conseguiu abrigar-se atrás de um carro que estava à sua porta.
Três dos cinco elementos que queriam vingar-se por um deles ter sido expulso de uma festa de aniversário no concelho de Coruche, foram condenados a penas de prisão de quatro anos, quatro anos e dois meses e cinco anos. Mas o tribunal decidiu suspender a execução das penas pelo período de cinco anos sujeita à obrigação de pagarem cinco mil euros ao homem vítima da tentativa de homicídio. Os arguidos, para não irem parar à prisão, ficam ainda sujeitos durante o tempo de suspensão da pena a frequentarem programas vocacionados para a prevenção da violência e obrigados a não contactarem a vítima directamente ou por interposta pessoa, bem como devem manter um afastamento deste e da sua residência de pelo menos 500 metros.
O Ministério Público acusava mais dois elementos de estarem envolvidos no crime de homicídio qualificado na forma tentada, mas o colectivo de juízes que julgou o caso entendeu absolver os. Os arguidos, que residem em Ponte de Sor e têm ligações familiares. O caso ocorreu em 2020 na localidade de Azervadinha, concelho de Coruche, onde reside a vítima que expulsou um dos elementos do grupo da sua festa de aniversário.
Segundo a acusação, no dia 16 de Outubro daquele ano o elemento que tinha sido expulso acompanhado de familiares deslocaram-se num carro, por volta das 19h00, às imediações da Rua da Escola na Azervadinha para vingarem a vergonha da expulsão da festa. Segundo a investigação estes sabiam que o alvo costumava estar ao final da tarde em casa. O arguido que conduzia a viatura acelerou na direcção do aniversariante e foram feitos disparos de espingarda caçadeira na direcção da vítima, que entretanto se tinha escondido atrás de um carro que estava junto à habitação.
Logo após terem feito os disparos, fugiram do local a alta velocidade, sem que tivessem atingido o homem. Segundo o processo, as autoridades fizeram cinco meses depois uma busca e apreenderam na casa do pai do expulso da festa duas espingardas caçadeiras. Também encontraram na mesma zona onde residem os arguidos, em casa contíguas, a viatura usada para se deslocarem à Azervadinha.
O Ministério Público defendia na altura que os arguidos só não conseguiram tirar a vida à vítima porque os projécteis não acertaram no alvo que pretendiam, “o que só não aconteceu por manifesta sorte” e porque a vítima se atirou para o chão e procurou abrigo.