Sociedade | 22-07-2025 10:00

Cerci de Azambuja em risco de fechar valência e deixar 15 crianças sem resposta educativa

Cerci de Azambuja em risco de fechar valência e deixar 15 crianças sem resposta educativa
Instituição de Azambuja alerta para financiamento desajustado da realidade - foto arquivo O MIRANTE

Valência socioeducativa da Cerci Flor da Vida, de Azambuja, dá um prejuízo anual de 46 mil euros à instituição que presta apoio a pessoas com deficiência. Valor recebido pelo Ministério da Educação é estabelecido por uma portaria com 28 anos.

A Cerci Flor da Vida de Azambuja, instituição que presta apoio a pessoas com deficiência, está a ponderar abandonar a valência socioeducativa e deixar sem resposta 15 crianças com necessidades educativas especiais. Em causa está o valor que a instituição recebe do Ministério da Educação para assegurar esta valência, estabelecido por uma portaria de 1997, encontrando-se desajustado da realidade, diz a O MIRANTE o presidente da Cerci, José Manuel Franco.
O dirigente garante que com o que a Cerci recebe por utente não consegue executar como deveria o projecto educativo nem apostar em métodos de ensino mais adequados, considerando que os actuais se encontram ultrapassados. Fazendo contas, diz que o prejuízo desta valência, só no último ano, foi de 46 mil euros. Além desta realidade, que tem peso nas contas da instituição, José Manuel Franco destaca a dificuldade em contratar pessoal qualificado para assegurar a valência socioeducativa.
Os pais dos utentes, que vêem na Cerci a resposta de que os filhos precisam para o seu desenvolvimento social e cognitivo, estão assustados com a possibilidade de encerramento do serviço. A instituição avisou-os, no início de Julho, que era melhor começarem a procurar outras respostas para os seus filhos. José Manuel Franco diz que quem tem a responsabilidade de assegurar o ensino para crianças com necessidades educativas especiais é o Ministério da Educação e que a Cerci não tem a obrigação de manter em funcionamento uma valência que causa prejuízo avultado. E vinca que um serviço destes não pode continuar a reger-se por uma portaria de 1997, desajustada da realidade actual.
O MIRANTE questionou o Ministério da Educação acerca do valor pago para manter esta valência em funcionamento e se tem resposta alternativa para estes 15 utentes, caso a Cerci determine o encerramento do serviço, mas não obteve resposta até à data de fecho desta edição.

Complexo social e da saúde para inaugurar este ano

Além do serviço socioeducativo a Cerci de Azambuja tem as valências de intervenção precoce, centro de recursos para a inclusão, formação profissional, dois centros de actividades ocupacionais e duas unidades residenciais. É também a entidade responsável pelo projecto Bata Branca em Azambuja, que tem dado resposta a utentes sem médico de família no concelho de Azambuja, e prepara-se para inaugurar, ainda este ano, um complexo social e da saúde na Quinta das Rosas. Mais recentemente avançou com a construção de habitação colaborativa e comunitária na Quinta das Pratas, no concelho do Cartaxo.

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