Sociedade | 22-07-2025 07:00

Fernando Paulo Ferreira quer Castanheira do Ribatejo como a próxima grande zona económica da região de Lisboa

Fernando Paulo Ferreira quer Castanheira do Ribatejo como a próxima grande zona económica da região de Lisboa
Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, diz que terminal fluvial da Castanheira pode ser o primeiro passo para uma nova zona de investimento - foto O MIRANTE

Fernando Paulo Ferreira defende que a Castanheira do Ribatejo, onde já funciona a plataforma logística, tem capacidade para ser o novo grande espaço de investimento económico da Área Metropolitana de Lisboa e defende que o recém anunciado terminal fluvial pode ser o primeiro passo. Ambientalistas pedem cuidado no funcionamento do novo cais fluvial.

O município de Vila Franca de Xira tem a ambição de vir a criar em Castanheira do Ribatejo a próxima grande zona de investimento económico da Área Metropolitana de Lisboa (AML), isto numa altura em que já ali existe uma plataforma logística, um centro nacional de distribuição da Leroy Merlin e a construção do maior centro de dados (datacenter) do país.
A convicção foi avançada pelo presidente da câmara, Fernando Paulo Ferreira (PS), durante o lançamento da primeira pedra da obra do novo terminal fluvial de Castanheira do Ribatejo. “Já temos muitas empresas e indústrias aqui instaladas e com este cais fluvial abre-se ainda mais a possibilidade de abrir este local a investimento”, defendeu. O autarca diz que a esperada duplicação da Linha do Norte para acolher os comboios de alta velocidade pode também ser um factor diferenciador, permitindo às empresas escolher um local com utilização multimodal – rodovia, ferrovia e transporte fluvial.
“É neste momento uma das nossas ideias: redesenhar toda a zona norte do concelho para aproveitar as infraestruturas disponíveis e fazer desta zona a próxima grande zona económica da região de Lisboa”, defendeu. Agora o que falta é o apoio do Governo para que alguns dos investimentos necessários, da responsabilidade de organismos do Estado, possam avançar. Um deles será o desassoreamento do rio, importante para permitir uma utilização ainda maior do futuro terminal fluvial, que permitirá, no melhor dos cenários, retirar 400 camiões por dia das estradas.

Ambientalistas pedem cuidado
A construção do novo terminal fluvial da Castanheira, promovido pelos grupos ETE e Pousadinha, tem duração prevista de nove meses e um investimento de 11 milhões de euros e vai implicar impactos ambientais. A associação ambientalista Zero já veio avisar que apesar do número reduzido de barcaças previstas para viajar no Tejo na primeira fase do projecto, as mesmas vão acontecer numa área restrita da Reserva Natural do Estuário do Tejo e que, por isso, o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas deverá estar bastante atento e a monitorizar a utilização do rio.
Para a construção do cais haverá movimentações de terras e execução de aterros, tendo a Agência Portuguesa do Ambiente emitido licença ambiental condicionada à execução de alguns trabalhos, conforme o relatório de conformidade ambiental do projecto de execução, onde os promotores terão de cumprir com várias medidas de minimização de impacto ambiental, como a salvaguarda de uma distância mínima de 50 metros do estaleiro da obra à margem do rio, a reutilização dos sedimentos das dragagens e a realização de eventuais trabalhos de prospecção arqueológica.
Tal como O MIRANTE noticiou, quase década e meia depois de ter sido idealizado e de muitos avanços e recuos, o Terminal Fluvial de Castanheira do Ribatejo vai mesmo avançar e a primeira pedra foi colocada na tarde de dia 7 de Julho. A infraestrutura terá uma área de 2 hectares com capacidade para 300 contentores mas vai crescer à medida das necessidades. Incluindo a possibilidade de serem criados serviços de reparação e manutenção naval no local. Numa primeira fase, explicou Andreia Ventura, administradora do grupo ETE, prevê-se uma movimentação fluvial superior a 2.500 toneladas de carga por dia, transportada pelo rio Tejo em quatro barcaças com 100 contentores cada.

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