MP pede prisão preventiva para a maioria dos suspeitos no caso das narcolanchas
Eleva-se para 34 o número de arguidos detidos em território português, num processo em que o Ministério Público pediu prisão preventiva para 22 deles. O centro logístico do grupo de narcotraficantes passava pela herdade da Adema, a três quilómetros do Porto Alto, no concelho de Benavente.
Dois suspeitos com mandados de captura entregaram-se às autoridades, no âmbito da investigação Sonder-Rampa, levada a cabo pela GNR e a Guardia Civil espanhola ao longo dos últimos três anos. Os homens eram procurados desde que a operação foi tornada pública pelas autoridades, coincidindo com o momento em que foram realizadas dezenas de buscas domiciliárias em vários pontos da Lezíria do Tejo, com especial incidência em Samora Correia, sem que tivessem sido localizados.
Com estas duas entregas voluntárias, o número de detenções em Portugal sobe para 34, juntando-se os suspeitos aos outros 32 detidos já presentes ao juiz de instrução criminal. A operação, que visou o desmantelamento de uma organização transnacional dedicada à produção de lanchas rápidas e ao tráfico de estupefacientes, resultou na apreensão de bens avaliados em mais de 36 milhões de euros.
O processo de primeiro interrogatório dos 34 arguidos terminou dia 17 de Julho, no Tribunal de Santarém. O Ministério Público (MP) pede a aplicação da medida de coacção mais gravosa, a prisão preventiva, para 22 dos detidos, considerando que os indícios de tráfico de droga e associação criminosa justificam a privação de liberdade. Para os restantes 12 arguidos, o MP solicitou medidas menos severas, nomeadamente apresentações periódicas na área de residência.
A operação Sonder-Rampa decorreu em estreita articulação com autoridades espanholas, tendo já resultado, no total, em 66 detenções nos dois países. Em Portugal, o foco principal da investigação foi a produção clandestina de embarcações em estaleiros improvisados, destinadas ao transporte de droga por mar entre Marrocos e o sul de Espanha.
O centro logístico passava pela herdade da Adema, a três quilómetros do Porto Alto, na freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente. A proximidade ao rio Tejo, através de um braço do Sorraia, tornava a zona num ponto estratégico para o lançamento das narcolanchas.