Sociedade | 25-07-2025 21:00

Meio século depois Palha Blanco volta a ser nome de rua em VFX

Meio século depois Palha Blanco volta a ser nome de rua em VFX
Vila Franca de Xira diz tratar-se de um acto de justiça voltar a dar o nome de uma rua a José Pereira Palha Blanco - foto O MIRANTE

Nome do popular lavrador e ganadeiro foi retirado da entrada norte da cidade em 1974 e substituído pelo nome de Alves Redol, decisão que indignou a família. Agora a junta de freguesia e a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira dizem tratar-se de um acto de justiça para com um homem que muito influenciou a vida da cidade.

Cinquenta e um anos depois, o nome de José Pereira Palha Blanco volta a fazer parte da toponímia da cidade de Vila Franca de Xira, por decisão da junta de freguesia e da câmara municipal, que decidiram homenagear o ganadeiro, filantropo e lavrador que muito influenciou a vida da cidade no final do século XIX e início do século XX, até à sua morte em 1937.
O seu nome passa agora a identificar o troço da Estrada Nacional 10 entre o início na rotunda de acesso à Auto-Estrada do Norte (A1), variante da Mata e fim no Largo 5 de Outubro, junto à Praça de Touros Palha Blanco. Vila Franca de Xira inaugurou também outros dois topónimos na cidade: a Alameda do Colete Encarnado, no troço da Estrada Nacional 10 entre Alhandra e a rotunda de acesso à A1, conhecida por rotunda da Marinha, e a Rua Fernando Palha (falecido em 2016), no troço da Estrada Nacional 1 entre Castanheira do Ribatejo e a rotunda do Hospital Vila Franca de Xira.
A cerimónia de lançamento dos novos topónimos realizou-se na praça de toiros da cidade na manhã de 16 de Julho contando com a presença de familiares dos homenageados. “As pessoas do seu tempo reconheceram-lhe o seu valor mas fez-nos pena tirarem o seu nome da entrada da cidade e substituírem por Alves Redol”, lamentou Miguel Palha, bisneto do ganadeiro Palha Blanco. A substituição do nome de Palha Blanco por Alves Redol na entrada norte da cidade, depois da revolução de Abril, recorde-se, gerou muita polémica em VFX e a controvérsia acabou por ser recordada na cerimónia.
David Fernandes Silva, técnico superior da Junta de Vila Franca de Xira, lembrou que a atribuição de topónimos não deve ser revertida e que, portanto, dar o nome de Palha Blanco à entrada sul é hoje “uma solução airosa” para uma questão antiga. Para Miguel Palha, o regresso do nome do bisavô à cidade é “um orgulho” e uma “grande atitude” que faz justiça à memória de Palha Blanco, que recordou como sendo um homem sério, digno, bondoso, trabalhador, sem vícios, de família e muito à frente do seu tempo. “Infelizmente acabou por ter um fim triste, fechado num quarto com uma depressão”, lamentou.
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira (PS), defendeu que a história é mais longa que a vida individual de cada um e que, por isso, o regresso de Palha Blanco à toponímia da cidade é um acto altamente simbólico. “Reconcilia esta grande janela que é o tempo. Foram precisos 51 anos para que isto acontecesse, somos uma cidade feita de história e com esta decisão apaziguamos a nossa história colectiva. Somos uma terra com opiniões fortíssimas sobre tudo o que se faz e o que não se faz. Nós somos assim, o nosso sangue ferve muito, mas espero que possamos construir uma VFX mais serena e compreensiva no futuro”, afirmou.
Também Ricardo Carvalho (PS), presidente da junta de freguesia, evocou a importância dos três novos nomes atribuídos a ruas da cidade, de uma importância que disse ser incontornável, em particular Palha Blanco, “um homem que reconheceu os valores da tradição” vilafranquense.

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